sexta-feira, 21 de novembro de 2014

O conhecimento que as universidades já não produzem



O conhecimento que as universidades já não produzem




Por muito tempo bacharéis, mestres e doutores, como professores e orientadores defenderam o conhecimento produzido dentro das universidades. Afirmaram que o conhecimento era produzido dentro do meio universitário, também chamado de acadêmico. Um conhecimento contido e produzido por trás dos muros universitários, por membros de uma academia.

Um corpo docente entendeu que a universidade produzia um conhecimento para a sociedade se beneficiar. Então passaram a produzir um conhecimento, a ser implantado nas empresas e na sociedade. A partir de informações colhidas nas empresas e na sociedade, geraram conhecimentos para seus próprios fornecedores, de informações e conhecimentos, que foram convencidos de não saber usar e processar seus próprios dados, suas informações e seus conhecimentos.

Com os argumentos de Descartes, tabularam dados e confeccionaram gráficos, a partir de dados coletados: cronológicos, cronometrados e gerenciados, tentando prever um resultado futuro. Chegaram a propor hipóteses, e percentuais de probabilidades. Com artigos científicos descreveram suas analises e experiências, de modo contextualizado. Um pari passo definido pela academia.

Constituíram suas bancas de avaliações, com membros da própria academia. Com monografias, dissertações e teses descreveram seus conhecimentos analisados e produzidos, direcionado a um publico, com elementos selecionados por eles mesmos. Levaram suas criações e produções bibliográficas para que suas bancas montadas avaliassem e aprovassem. Criaram um conhecimento e um comportamento como um baú de sete chaves. Com um toque de egoísmo criaram revistas cientificas que foram direcionadas a um grupo de cientistas, do qual estes mesmos faziam parte e gerenciavam. Outorgaram para si o circulo do conhecimento científico, uma aliança da confraria acadêmica.

Na busca de um publico cada vez mais seleto e mais reduzido, foram agregando normas e critérios para a publicação, em suas revistas especializadas. Um grupo ad hoc ficou encarregado de emitir aceites e não aceites aos novos textos enviados, produzidos por uma elite, pelos pós-graduados. Com textos publicados criaram pontuações, para atingir novos patamares. Com canudos e certificados em punho estabeleceram duelos, diante uma plateia de espectadores sentados em auditórios herméticos, dispostos a ouvir palestras e seminários sem fazer interferências nos seus discursos. Tal como as antigas dissecações de corpos em plateia de cadeiras dispostas em arena.

O tempo passou e os grupos seletos, paramentados de canudo, beca e capelo, acostumaram-se, e acomodaram-se. Placas eternizaram seus nomes em corredores e halls acadêmicos. Habituaram-se a ser olhados e respeitados como produtores e detentores do conhecimento científico e acadêmico. Um conhecimento inabalado, respeitado e reconhecido, não só pela academia, mas principalmente pela sociedade, que gerava novos interessados em participar do grupo de cientistas.

Afastaram-se do meio popular e das ruas onde floresce a cultura, o conhecimento e as duvidas, que geram respostas sem a tabulação em ordenadas e abscissas. Como não tinham mais com quem disputar poderes, tornou-se necessário criar disputas internas com graus de poderes reconhecidos por títulos e produção científica, reconhecida e respaldada pelos órgãos de fomento e pesquisa, formados e capitaneados por uma elite. A nata da sociedade acadêmica que não se mistura com o joio.
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Andar pelas ruas de um campus universitário (Uma observação feita na UFRN), percebe-se que o conhecimento que circula nas ruas da Cidade Universitária não é, ou não são os mesmos que circulam, ou deveriam circular nas ruas da cidade (Uma observação feita a partir de Natal/RN). Situações avaliadas a partir de um único campus universitário e uma única cidade, uma observação, que não cria um caráter cientifico, já que foi feita a partir de um pequeno universo de dados. Uma análise em um microambiente, que não pode ser generalizada e universalizada, evitando replicas e treplicas de opiniões acadêmicas.
Cientistas da academia por acordo de cavalheiros, autodeterminaram o poder de poder, de definir e delimitar o espaço e o tempo a ser estudado. Escolhem entre o micro e o macro. Escolhem um ou diversos personagens. Fazem suas analises transversais e interdisciplinares. Estabelecem regras e critérios, para que cheguem a conclusões que provem suas ideias e teses.
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Hoje as universidades possuem enormes estacionamentos para carros particulares e de uso individualizado, quando a ordem atual da sociedade no uso de transportes é o coletivo. Carros disputam os espaços de pedestres. Impedem a chamada acessibilidade, estacionando em acessos de portadores de deficiência de locomoção e impedem a passagem para quem ainda tem uma locomoção. A academia criou critérios de respeito, de prioridade e de locomoção que não exercem. Não estabelece, e não reconhece dentro de seu próprio território. O campus amplo e aberto para o céu é hermético para aqueles que pisam na terra.

Ônibus circulares estacionam sobre calçadas e sobre faixas de travessias de pedestres (Fato observado na UFRN), a também chamada faixa de segurança, que não transmite segurança a quem usa. Professores individualistas com ares holandeses, montados em pick-ups enormes ocupam mais de uma vaga em estacionamentos. Carros em alta velocidade circulam por ruas estreitas. Estacionam em curvas e esquinas, sobre rampas de acesso ás calçadas. O convívio urbano social entre as espécies motorizadas e as espécies não motorizadas não são compatíveis com o conhecimento social que dizem produzir.
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Alguns poucos professores ainda incumbidos de seu papel na sociedade vão à busca de manifestações culturais locais, para mostrar as raízes de cantos, danças e instrumentos musicais, aproveitando o dia da consciência negra, como pilar de uma construção cultural brasileira.

Enquanto o conhecimento não é produzido, os alunos instalam os slackline entre arvores, na tentativa de manter o equilíbrio na fita esticada e na linha do conhecimento produzido. Outros jogam capoeira e dançam maracatu enquanto a policia ou o feitor não vem. 

A universidade anda carente de reitores e diretores, de gestores e feitores, carente de fiscalização e policiamento. Alunos dançam, cantam e tocam; se equilibram, até o dia que possam ser declarados libertos dos bancos escolares e das grades curriculares, com cadeiras obrigatórias. Com diplomas tal como uma carta de alforria, são libertados podendo lançar seus capelos para o alto, como forma de expressar uma liberdade alcançada, depois de anos cumprindo a pena de ser um ser sem luz. O aluno, um a-lunes, um ser não iluminado.
O aluno que hoje tem nas mãos um recurso da mais alta tecnologia, que pode dizer onde ele está; com quem está, e onde precisa chegar. Uma biblioteca que cabe na palma da mão. Tal como uma lâmpada de Aladim, ele trás seus pedidos, em sistema delivery, em poucos minutos. Bastando esfregar ou tocar os dedos sobre a tela, e falar com o atendente, a voz que vem do aparelho, o gênio da lâmpada de Aladim. 

Texto disponível em:

Entre Natal/RN e Parnamirim/RN ─  20/11/2014




sábado, 15 de novembro de 2014

Entre a horta e o mercado



Entre a horta e o mercado



Uma breve analise do “Catálogo Brasileiro de Hortaliças” editado por Embrapa e SEBRAE. Brasília (DF): 2ª Edição – 2011. Consultando o referido catálogo descobri o quanto venho sendo enganado durante anos. Enganado pelos feirantes e pelas redes de supermercados. A citada publicação tem como subtítulo: “Saiba como plantar e aproveitar 50 das espécies mais comercializadas no País”. Publicação de distribuição gratuita sendo permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte. Cumpridas as exigências editoriais e intelectuais tenho algumas breves observações ao catalogo, na condição de consumidor de hortaliças. E o catálogo parece ser voltado a consumidores e pequenos produtores. 

Folheando o catálogo descobri que acelga é uma hortaliça, bem diferente da que estou, e estamos acostumados a ver em feiras, mercados e supermercados. A hortaliça com folhas compactadas e tronchudas encontradas no comercio são na verdade a couve chinesa ou repolho chinês, que é conhecida erroneamente de acelga, segundo a publicação (p 30). Talvez o nome que referencie tanto China, seja por ser um ingrediente na comida chinesa, que vem invadindo o comércio de alimentação com restaurantes. E se realmente os chineses são um grande potencial de consumo, ao visitar feiras e mercados, devem querer encontrar seus produtos e ingredientes, tal como conhecem. O freguês sempre tem razão, diz um velho ditado dos comerciantes. Os chineses descobriram a pólvora e pequenos carrinhos que vem invadindo as ruas brasileiras.

O melão é mostrado na publicação com nome vulgar de melão mesmo. A publicação é ilustrada com um melão amarelo. Um melão que já participa das gôndolas e prateleiras de mercados e feiras há muito tempo. Embora seja possível encontrar nas feiras, nos mercados e supermercados de Natal/RN mais de cinco variedades de melão, com formas, colorações e tamanhos diferentes. Diz ser uma fruta parecida com melancia, embora as melancias não sejam ocas como é o caso dos melões.

O inhame é apresentado como o antigo cará. Não compreendo como uma hortaliça tem um nome antigo, e um nome atual, se seu nome científico é imutável e o nome popular emana do povo. Diz que é uma planta trepadeira com tubérculos. Ao final da descrição menciona que em outras partes do país pode ser conhecido como cará (p. 36). O antigo inhame agora tem nome de taro (p. 56). E agora ficamos perdidos entre carás, inhames e tarôs, que podem ser transformados em pastas e farinhas, diluídos e misturados em sopas e caldos.

Seria o sistema S, um vírus intelectual para mudar conhecimentos adquiridos ao longo de uma história? Um vírus capaz de devastar as culturas de povos e civilizações? Uma modificação de culturas. A partir dos pontos de vista da agricultura com culturas de vegetais; e cultura com conhecimentos criados e adquiridos ao longo da história da civilização. Culturas com comportamentos e alimentos, nos modos de preparar e de se alimentar.

O Sistema S vem atuando na vida de empreendedores, do meio urbano e rural. Atua com certa insistência e imposição, de criar produtos, e criar empresas que possam vender os mesmos produtos. Produtores e produtos que são formatados com orientação do SEBRAE e com a nova empresa que atua no meio rural (SENAR), a mais nova composição do Sistema S.
O meio rural nordestino é incentivado a gastar e desperdiçar aquilo que tem de mais precioso, a água.  A falta da água que durante décadas motivou o sertanejo abandonar criação e plantação. E agora com episódios de secas o Sistema S vem mostrar que o agronegócio pode ser um bom negócio.

A oferta de água é usada e exportada tal como na era colonial, eram o ouro e as pedras preciosas, despachados em estátuas ocas. Onde era possível esconder os minerais. O episódio histórico ficou na mente popular, conhecido como santo do pau oco. “Santo do pau oco e o contrabando de minerais“, por Roberto Cardoso:  http://komunikologie.blogspot.com.br/2013/02/santo-do-pau-oco-e-o-contrabando-de.html.


Entre Natal/RN e Parnamirim/RN ─  15/11/2014







Escrito para blogs:

di Gestão do Conhecimento

Arrochando o Nó


Palavras Chaves: gestão; qualidade; conhecimento

Palabras Clave: gestión; la calidad; el conocimiento

Key Words: management; quality;  knowledge




CMEC/FUNCARTE
Cadastro Municipal de Entidades Culturais da Fundação Cultural Capitania das Artes

Natal/RN


Roberto Cardoso
(Maracajá)

Desenvolvedor de Komunicologia







PRÊMIO
DESTAQUES DO MERCADO - INFORMATICA 2013
Categoria Colunista em Informática




Candidato Finalista

PREMIO DESTAQUES DO MERCADO INFORMATICA 2014


Categoria: Colunista em Informática
Categoria: Segurança da Informação

Informática em Revista-Natal/RN








Desenvolvedor de Komunicologia


Cientista Social
Jornalista Científico
Reiki Master & Karuna Reiki Master


Colunista/Articulista
Informática em Revista - Natal/RN
Informática em Revista - João Pessoa/PB
Sócio Efetivo do INRG
(Instituto Norte-Rio-Grandense de Genealogia
Sócio Efetivo do IHGRN
(Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte)


Link Curriculo Lattes















quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Crítico assíduo



Crítico assíduo


Depois de alguns poucos anos de uma suposta presença permanente, com textos semanais em jornais diários e locais (apenas um com certa frequência), acabamos por ter leitores que se tornam assíduos nas leituras dos textos. Uma frequência de textos não formalizada. Apenas um acordo não formal e não verbal na frequência de artigos semanais. Um acordo informal, gestual e virtual, de enviar textos em uma frequência semanal. E os textos serem publicados também com uma frequência semanal. Por certo um texto é publicado porque agradou o editor, e por consequência agrada alguns leitores.

Um leitor pode ter alguns motivos para acompanhar um autor escritor: um ganho de conhecimento e informação, ou uma simpatia pelos temas. Temas que podem ter tabulado e escrito tudo o que pensamos, mas por alguma razão não podemos e nem pensamos em escrever. Um leitor assíduo também pode acompanhar textos e autores para testar seus próprios conhecimentos, criando críticas e argumentos, a partir de seus conhecimentos e pontos de vista. 

Um crítico assíduo tem feito criticas sobre as minhas construções gramaticais. Criticas de concordância e literária, quanto à preservação das normas da língua, que ele chama de língua nativa. A forma culta, cultuada e preservada por literatos. A chamada forma culta que se contrapõe a forma vulgar e coloquial, utilizada nas conversas de rua, entre amigos e conhecidos, sem formalidades gramaticais. 

Não a chamaria de uma norma ou forma, culta ou nativa. Mas de uma língua infiltrada, impetrada pela colonização.  Uma colonização ditada por uma nobreza. Já que a língua nativa pertenceria aos nativos que a esquecemos, ou nem aprendemos. Adotamos algumas poucas palavras que significam coisas simples como exemplo um mingau, servido com canela. Que na forma culta e gastronômica pode se tornar um Cream Milk: creme preparado com leite, de vacas rastreadas, e cereais importados e selecionados, decorado e servido com especiarias pulverizadas e polvilhadas.

A língua portuguesa foi implantada pela colonização portuguesa e sua corte. E a segunda língua falada ou aprendida em escolas, chegou por um colonialismo moderno. O mundo (a Terra) dá voltas e promove uma homogeneização.

Em nenhum momento Gelson (é assim que ele assina os e-mails), fez ou faz criticas quando ao conteúdo do que escrevo. Gelson faz criticas da parte em que, com certeza domina um conhecimento. Despede-se no e-mail como leitor e candidato à amigo.

Respeito as posições e comentários de Gelson. Mas em contra partida vejo algo em longo prazo, um prazo indeterminado que não há como determinar. Ao fim de um prazo, um fim do vocabulário e um fim dos textos. Visto que muitos textos, inclusive os meus são de tamanho reduzido. As velocidades das informações são cada vez maiores. E os textos precisam ser menores. 

Cada vez mais reduzimos textos e palavras. Precisamos de símbolos e formas para passar uma ideia, uma informação ou um conhecimento. Símbolos precisos e objetivos, com informações precisas. 

Como estou em uma cidade vizinha à cidade de Natal/RN, e o jornal citado (Jornal de Hoje) circula a partir de Natal, gosto de dar um exemplo da terra, com um comércio nascido nesta terra. Há uma grande concorrência entre mercados, supermercados e hipermercados. E para concorrer com marcas internacionais foi necessário um supermercado local colocar pictogramas junto a sua logomarca para ser reconhecido internacionalmente com os produtos que podem ser encontrados em suas gôndolas e prateleiras. Não sei exatamente quando os ícones foram colocados, mas os ícones estão lá. E no período da Copa do Mundo 2004, qualquer estrangeiro pode identificar.



“É louvável como o Nordestão vem trabalhando com a marca durante estes 40 anos de história. A empresa tem mostrado um bom trabalho em termos de comunicação de mídia e gestão participativa, superando inclusive, grandes empresas que vieram de fora. O Nordestão sabe como ninguém falar diretamente com o consumidor”. Disse Eliane Rocha (Gerente Comercial do Jornal Tribuna do Norte), na revista comemorativa: 40 anos do supermercado Nortesdão – Uma História de Sucesso (E&M Especial – outubro/2012).
 

Outros ícones são encontrados e facilitados em computadores e no acesso a internet. Ícones que encobrem links para dar acesso a novas páginas, novos serviços, novos caminhos. A internet é o exemplo claro da velocidade das informações e a necessidade  da precisão do conhecimento.







Torna-se cada vez mais necessário conhecer imagens para saber a que caminhos levam e quais serviços são oferecidos. E que conhecimentos ou informações podem fornecer. A esta ciência de conhecimento e reconhecimento de imagens e símbolos, letras e siglas, códigos ou codificações eu denomino de Komunikologia (Kommunikologie). E é um tema que venho pesquisando e desenvolvendo: http://komunikologie.blogspot.com.br/