terça-feira, 1 de julho de 2014

As desconstruções do conhecimento (parte 5)

As desconstruções do conhecimento (parte 5)
 


Do ponto de vista dos países localizados no hemisfério norte, países do autodenominado primeiro mundo, sempre seremos os índios e os subdesenvolvidos. Insuficientes em algo ou alguma coisa: equipamentos e implementos; suprimentos e alimentos, comportamentos e conhecimentos. A partir de seus ângulos sempre nos faltam complementos, suplementos e replementos.
 

Cada um enxerga a partir do lugar onde pisa ou onde vive. E estes são os pontos de vistas de quem está em cima, de quem se posiciona, domina e detém o norte. O ponto de vista daqueles que determinam um norteamento, dos comportamentos e dos procedimentos.
Estigmatizam-nos historicamente, e levamos esta condição pela história como herança através dos tempos, anos e anos, séculos e séculos. Nossas terras foram descobertas porque não conheciam nada abaixo da linha do equador, o continente sul americano. Não constávamos em suas cartas e mapas. Em seguida fomos colonizados para poder participar e ter acesso às terras dos reis. Não tínhamos ideia de onde estávamos e não tínhamos comportamentos adequados para participar de seus mundos.
 

A bandeira nacional completa e reforça o estigma. Considerando que a faixa branca no meio do circulo azul, em uma posição tal como a linha do Equador. Acima da faixa que determina “Ordem e Progresso” existe apenas uma estrela. Um poder com uma determinação sobre outras estrelas em uma faixa de paz: tenham ordem para obter progresso. Abaixo da faixa de ordem é onde encontramos a constelação do Cruzeiro do Sul. A estrela do Norte é um marco celeste utilizado no hemisfério Norte e determina a direção norte. No hemisfério sul, o Cruzeiro do Sul indica a direção Sul. Navegadores ao adentrar no hemisfério sul, avistaram o Cruzeiro do Sul, e sulearam suas rotas.
 

Em seguida na história, depois do descobrimento, recebemos imigrantes que poderiam nos tornar um país do futuro. Denominaram o Brasil como celeiro do mundo. Desembarcaram os imigrantes para nos ensinar a plantar e colher, criar e cuidar. Aproveitaram o extrativismo e implantaram a agricultura criando excedentes na produção. Facilitaram a afirmação de que não éramos industrializados. Implantaram indústrias alimentícias. O volume de cargas gerado necessitou de transporte.
 

Com alimentos industrializados, importaram e implantaram outras indústrias para vender adubos e implementos agrícolas, como uma estratégia para aperfeiçoar resultados na agricultura. Hoje nos vendem produtos intangíveis: a qualidade e a inovação. Enquanto empresas e grupos internacionais detém o controle de outras empresas e indústrias, dos mais diversos setores, sem produzir e colocar capital em risco.
 

Para fazer a Copa 2004 em um país repetidamente campeão mundial, foi necessário destruir estádios e construir arenas. Embora campeões no futebol, não tínhamos instalações adequadas para receber o primeiro mundo. Como também não tínhamos aeroportos com vias de acesso e acessibilidade. Fomos descobertos, colonizados, imigrados e rifados.
 

De país subdesenvolvido ganhamos o título de país em desenvolvimento. Um poder é sempre exercido com o consentimento daqueles que estão na condição de oprimido. E assim o povo brasileiro foi conduzindo a sua história, tendo em conta que um dia poderia estar na posição de poder. E o índio ficou na condição ou posição mais inferior.
 

Hoje a população indígena ainda tem dificuldades na perpetuação de sua cultura. Tentativas já foram feitas para catequizar o índio logo após o descobrimento. Foram escravizados em prol da industrialização que acontecia na Europa e precisava de matéria prima.
 

Por algumas vezes movimentos e ações com tribos indígenas oferecem ajuda, mas impedem que a língua nativa e hábitos sejam utilizados, em movimentos que proporcionam aprendizagem e educação, acesso a alimentação e saúde. Falar a língua nativa pode ser um impedimento ao acesso de tecnologias e benfeitorias.
 

Alguns Índios que aprenderam a dominar seus idiomas, também aprenderam outra língua, o português. Estes já tiveram acesso á educação chegando à universidade. Alguns já possuem cursos de pós-graduação. Tentam aprender o conhecimento e as leis do homem branco, buscando proveitos, ações estratégicas numa tentativa de sobrevivência da espécie.

Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 19/06/2014
Texto produzido para:
Jornal Metropolitano – Parnamirim/RN

Palavras Chaves: gestão; qualidade; conhecimento
Palabras Clave: gestión; la calidad; el conocimiento
Key Words: management; quality; knowledge

CMEC/FUNCARTE
Cadastro Municipal de Entidades Culturais da Fundação Cultural Capitania das Artes
Natal/RN

Nenhum comentário:

Postar um comentário