sábado, 21 de dezembro de 2013

Construindo o conhecimento (4)

Construindo o conhecimento (4)

O gênero feminino sugere acolhimento e receptividade. O logradouro público que corta a cidade de Natal, antes era denominado de estrada ─ de Ponta Negra. E por alguma razão histórica ou administrativa a estrada mudou o seu nome, e o título, para avenida ─ Roberto Freire, sem perder o gênero. Acolheu em seu leito rodoviário pelo menos duas universidades e uma faculdade na “Batalha da Avenida Roberto Freire”- BRF, (Jornal de Hoje em 30/07/12 – Natal/RN).

BRF é um espaço determinado e delimitado por uma avenida com fatores influentes, externos e internos, sem recortes espaciais ou temporais, buscando fundamentos na historia, no passado recente, e na atualidade. BRF é um teatro de operações com batalhas atuais.

Segundo Edwin Guthrie (1886-1959), objetos e eventos não são fatos, tornam-se fatos depois de descritos. E um olhar bourdiesiano torna a Avenida Roberto Freire um campo de disputas, onde por uma razão do destino, ou do Maestro Oculto como diria Bourdieu, fez instituições educacionais se encontrarem na mesma avenida. Um lugar onde povos outrora inimigos em guerras antepassadas do tempo colonial e das novas descobertas trazem ao presente uma nova guerra, e novamente com objetivos comerciais.

Do ponto de vista gramsciano: instituições locais e de outras paragens se instalaram na avenida formando uma hegemonia institucional e educacional. Em uma hegemonia se pressupõe uma participação das partes, diz Yuri Brunello, em “Mais definições em transito - hegemonia”. Um local onde se encontram o terreno das praticas e representações, linguagens e costumes, completando com Stuart Hall.

A história do homem é uma historia de hegemonias, e a historia de Natal não deveria deixar de ser. As instituições lutam para ganhar reconhecimento na Batalha da Avenida Roberto Freire.

Agora sem armas bélicas, apenas armas e estratégias de marketing, onde cada uma destaca seus melhores cursos, nas avaliações curriculares nacionais e regionais. E todos os dias alunos disputam vagas nas faculdades com vestibulares agendados, e as chances de atravessar a avenida: “Dicotomia natalense” (Novo Jornal em 12/05/12 - Natal/RN).

Imigrantes e camponeses adaptaram seus saberes para trabalhar no campo, e desfrutar da cidade. Agora estudantes se adaptam para poder estudar em faculdades e para poderem desfrutar um futuro. Em faculdades que vinculam seus conhecimentos e saberes a determinados modelos e regras curriculares de seleção e avaliação. Tal como lavradores, os estudantes continuam sendo discriminados, como alunos. Um corpo discente sem o conhecimento, sem o saber que transborda do corpo docente.  



Entre Natal e Parnamirim/RN ─  21/12/2013
BLOG

Texto disponivel em:





INFORMÁTICA EM REVISTA |ANO 8 | Nº 89 |PAG 20
 DEZEMBRO 2013 | NATAL/RN
PRÊMIO
DESTAQUES DO MERCADO - INFORMATICA 2013
Categoria Colunista em Informática




Palavras Chaves: gestão; qualidade; conhecimento

Palabras Clave: gestión; género; conocimiento

Key Words: management; gender; knowledge


Roberto Cardoso
(Maracajá)

ESTRATEGISTA



023.1461.13
CMEC - Cadastro Municipal de Entidades Culturais
Fundação Cultural Capitania das Artes
FUNCARTE
Natal/RN
Cientista Social
Jornalista Científico
Reiki Master & Karuna Reiki Master

Colunista em Informática em Revista

Sócio Efetivo do IHGRN
(Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte)


e-mail: rcardoso.gti@terra.com.br
E-mail: rcardoso277@yahoo.com.br






segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Construindo o conhecimento (3)

Construindo o conhecimento (3)


Durante o período da Segunda Guerra as mulheres ocuparam as fabricas enquanto os homens estavam no front de batalhas. Terminada a guerra os homens voltaram aos seus lares e suas casas, e precisavam recuperar suas antigas posições nas fabricas, reocupar seus espaços no mercado de trabalho. Começava uma campanha subliminar da mulher a Rainha do Lar. Com a popularização do aparelho de televisão, muitos filmes e cenas mostravam a mulher como a gestora do lar, administrando afazeres domésticos, e responsáveis pela educação dos filhos, enquanto os homens estavam em suas tarefas laborais.

Uma guerra é produzida com monstros e monstruosidades. Muitos filmes, reportagens e documentários ainda são produzidos até hoje baseados em novos relatos, novas descobertas e novos pontos de vista. Os registros históricos sempre foram a partir da visão dos vencedores, que venciam as guerras e as batalhas, e registravam a historia sob seus pontos de vista. Hoje é possível descobrir e conhecer a visão dos perdedores, que também vem registrando as suas historias sob os seus pontos de vistas.

Cenas de uma família com diversos episódios, histórias e versões, inclusive em desenho animado, com toques de humor, também foram criadas para a televisão. Uma família de monstros, amenizando os monstros e as monstruosidades da guerra, a Família Adans, com Morticia desempenhando o papel da rainha do lar, liderado por um marido rico e apaixonado, que tinha detalhes industriais no pescoço. E alguns outros personagens que mais podiam lembrar ex-combatentes com tiques e toques psicológicos e humorísticos, um especialista em explosivos, um delinquente, como um neurótico do pós-guerra e outro como uma mão mutilada pela falta do corpo.

Aos poucos a mulher vem ocupando o mercado de trabalho com estudo e esforço, mas os arquétipos estão inseridos em suas memórias e seus comportamentos. Mirna Santiago ─ “Construindo o conhecimento (1)" (Jornal de Hoje – Natal/RN em 25/11/12), ─ é descendente de um momento cultural e social do período pós-guerra, com comportamentos e cuidados exigidos e vinculados ao gênero feminino. E como professora pode ter o comportamento da “Tia”, a substituta da professora no final do século passado.

Uma tia com sobrinhos de uma época da implantação do capitalismo ao comando de Tio Patinhas (USA) e Patacônico (URSS), os magnatas das histórias em quadrinhos que promoviam uma guerra fria, sem armas, só com insultos. Controlavam seus sobrinhos de primeira e segunda geração enquanto mulheres sem maridos, idosas (vovó Donalda) e jovens (Margarida e Minie) tomavam conta das casas, das cozinhas e das sobrinhas, talvez seus maridos e irmãos não tenham voltado da guerra.

Enquanto a indústria de entretenimento americana criava personagens com animais domésticos e domesticados, a produção de HQ nacional produzia personagens sujos, descalços e interioranos, que brincavam nas ruas com brinquedos improvisados, pela criatividade e falta de opção para adquirir brinquedos industrializados, uma condição subdesenvolvida.

A turma nacional das HQs foi utilizada na propaganda da doutrina liberal nos anos 1990, destaque prefaciado em “Neoliberalismo, qualidade total e educação” organizado por Gentili e da Silva (Vozes, 2007).

Simone de Beauvoir (1908-1986) viveu a mesma época de Michel Foucault (1926-1984), e foi casada com Jean-Paul Sartre (1905-1980). Foucault e Sartre foram dois pensadores admirados por Pierre Bourdieu (1930-2002), renomado sociólogo contemporâneo que atribui um fracasso à Simone em sua filosofia. Um fracasso como estratégias de silencio e reconhecimento, um poder simbólico masculino imposto pela filosofia de Sartre (Burawoy, Ed. Unicampi, 2011).

A missão do governo do RN é garantir um ensino publico de qualidade, disse Mª Bernadete diretora presidente da FAPERN (Ciência Sempre Nº 26 nov/dez 2012). O RN já tem uma Lei de Inovação Tecnológica, a Lei 478, assinada por Rosalba Ciarlini. em 27/12/2012 na FAPERN (idem), abrindo novas portas para o investimento.

A partir destas afirmações e posicionamentos, de lideranças femininas, é compreendido que as faculdades particulares devem acompanhar os passos governamentais, para que não desapareçam do mercado.




Entre Natal e Parnamirim/RN ─  09/12/2013






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Roberto Cardoso
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domingo, 1 de dezembro de 2013

Construindo o conhecimento (2)

Construindo o conhecimento (2)



Alguns professores, mestres e doutores, em universidades públicas trabalham em regime de DE (a dedicação exclusiva). As universidades proporcionam estruturas e infraestruturas (nem sempre satisfatórias), fomentos e investimentos, para pesquisar e produzir conhecimento. É o governo através de seus servidores investindo e produzindo conhecimento, uma estratégia da política de defesa nacional. A academia tem papel importante produzindo conhecimentos, rompendo com os limites da verdade, levando a criação de grupos de estudos especializados em assuntos de defesa nacional, como a ABED.

È possível observar faculdades particulares com professores em regime de DE, sem contanto possuírem um núcleo de pesquisas, um simples NUPES que produza um conhecimento. Não há motivação e incentivo para uma produção cientifica, não há uma revista cientifica como espaço e recurso de divulgação da produção cientifica, não só do corpo docente, mas também do corpo discente envolvido em pesquisa. Em contra partida cobram cada vez mais do corpo docente atualização e conhecimento.

Instituições particulares quando muito criam revistas cientificas que se preocupam em estabelecer critérios de seleção e exclusão de autores. Criam um grupo de consultores (ad hoc) que se posicionam como detentores de um conhecimento e poder de apontar quem pode e quem não pode escrever; quem tem e quem não tem algum saber. Fortalecem as disputas de títulos e canudos, a luta de todos contra todos, promovendo a arte de esperar aos que não atingiram os degraus superiores.

Poucos são os professores que produzem conhecimento. De um grupo de nomes, pesquisados na internet, dentro de um contexto estabelecido a “Batalha na Avenida Roberto Freire” (Jornal de Hoje em 30/jul/12), apenas um nome despontou com produção cientifica: Mirna Santiago (MSG), citada em “Construindo o conhecimento (1)” - Jornal de Hoje em 25/11/13.
As comunicações e as artes estão em convergência, esclarece Lucia Santaella em seu pocket book: “Porque as comunicações e as artes estão convergindo?” (Paulus, 2008). E MSG antes de produzir um trabalho na academia, é uma artista com produção poética. Ainda é uma cinéfila, com o controle na mão, podendo adiantar ou rever a historia de acordo com o seu comando. Qualquer pessoa nascida a partir de 1980 está imersa em um oceano de informações dificultando a separação de comunicação e cultura, com a produção sendo um trabalho de um conjunto de comunicações e interações, uma teoria sintetizada do pocket de Martino em “Comunicação: troca cultural?” (Paulus, 2005).

A nova ordem social é a popularização da informação, a divulgação do conhecimento, não importando se o texto é em linguagem formal ou coloquial, em uma escrita poética de versos ou prosa, literária ou jornalística. E um grupo deve se ocupar desta missão.

Não são mais necessários textos científicos ou acadêmicos, obedecendo a critérios e formatações determinados por entidades classificadoras ou normatizadoras. O mais importante no momento é a disseminação e divulgação do conhecimento, e não importa que seja publicado na íntegra ou de modo capitular, em doses homeopáticas.

Problematizações, procedimentos racionais e sistemáticos era a ordem acadêmica com a visão cientifica. A ordem social agora é outra (FAPERN/CNPq – Curso de capacitação em jornalismo científico. UFRN, outubro/2012). O cientificismo e o academicismo vêm perdendo espaço com a velocidade das informações. Não há tempo para cumprir regras, normativas e conformidades, apenas prazos, para divulgar o conhecimento, apropriando-se das tecnologias da informação e comunicação - TICs.

O mundo esta olhando para o Brasil, basta observar o que vem acontecendo: Copa do Mundo no Brasil, a Igreja Católica representada pelo Papa reuniu-se com os jovens no Rio de Janeiro. Jogos olímpicos programados para acontecerem no Brasil. Uma novela com o tema diamantes e salinas, praias e belezas, do RN já rodou e foi exibida no Brasil, agora esta correndo o mundo. Um boom imobiliário acontece nas cidades, e a modificação do mobiliário urbano com as obras de mobilidade e acessibilidade. Em breve deve acontecer um Black Friday das reservas minerais e energéticas.

As 200 maiores minas produtoras brasileiras (The 200 Largest Mines in Brasil) já foram listadas pela revista Minérios & Minerais (out/2013), fornecendo informações de localização, produção em 2012, investimentos, produtividade, equipes gerenciais e segurança. Uma relação de minérios um por um de amianto a zinco, com pedra britada e argila, ouro e diamante. O Brasil foi ponto estratégico na Segunda Guerra e continua sendo, agora com Barreira do Inferno (RN) e Base de Alcântara (MA), pontos próximos à linha do Equador que facilitam o lançamento de foguetes.

Fica claro que é necessário estar preparado para receber os passageiros estrangeiros que desembarcarão no novo aeroporto (SGA) trazendo em suas bagagens, seus conhecimentos e suas ideias, suas propriedades intelectuais originadas em outros ambientes, principalmente no hemisfério que norteia os conhecimentos. È mais fácil invadir um país verticalmente do que horizontalmente, e Amarante é a resposta literal.

Já é possível fazer o grau em alguns dias, o 2º grau em alguns meses e o 3º grau em alguns semestres, com os CSTs, entre quatro e cinco semestres. A dicotomia acadêmica da crise e da pressa instalada no país.  Cursos relâmpagos disparam um flash nos alunos que terminam o curso sem a certeza de ter um aprendizado, tornam-se presas fáceis de cursos de pós-graduação que prometem um aprendizado maior, um aprendizado de conceitos e de valores que deveriam estar na graduação. O poder vem vendendo cursos superiores à prestação. O que era cursado em quatro ou cinco anos agora pode ser adquirido em parcelas de CST e especialização.

Uma gama de conhecimento é deixada de ser ofertada a aqueles que frequentam cursos rápidos, com a popularização do conhecimento, temas dos cursos superiores devem ser passados em linguagem aberta dirigida a um publico estereotipado. Novas profissões deverão surgir a partir da informação e do conhecimento articulado por cada um, suas ideias e suas emoções. “Crie sua profissão” (Galileu Nº 267, out/2013. Ed. Globo).

Roberto Cardoso
(Maracajá)

ESTRATEGISTA