sábado, 21 de dezembro de 2013

Construindo o conhecimento (4)

Construindo o conhecimento (4)

O gênero feminino sugere acolhimento e receptividade. O logradouro público que corta a cidade de Natal, antes era denominado de estrada ─ de Ponta Negra. E por alguma razão histórica ou administrativa a estrada mudou o seu nome, e o título, para avenida ─ Roberto Freire, sem perder o gênero. Acolheu em seu leito rodoviário pelo menos duas universidades e uma faculdade na “Batalha da Avenida Roberto Freire”- BRF, (Jornal de Hoje em 30/07/12 – Natal/RN).

BRF é um espaço determinado e delimitado por uma avenida com fatores influentes, externos e internos, sem recortes espaciais ou temporais, buscando fundamentos na historia, no passado recente, e na atualidade. BRF é um teatro de operações com batalhas atuais.

Segundo Edwin Guthrie (1886-1959), objetos e eventos não são fatos, tornam-se fatos depois de descritos. E um olhar bourdiesiano torna a Avenida Roberto Freire um campo de disputas, onde por uma razão do destino, ou do Maestro Oculto como diria Bourdieu, fez instituições educacionais se encontrarem na mesma avenida. Um lugar onde povos outrora inimigos em guerras antepassadas do tempo colonial e das novas descobertas trazem ao presente uma nova guerra, e novamente com objetivos comerciais.

Do ponto de vista gramsciano: instituições locais e de outras paragens se instalaram na avenida formando uma hegemonia institucional e educacional. Em uma hegemonia se pressupõe uma participação das partes, diz Yuri Brunello, em “Mais definições em transito - hegemonia”. Um local onde se encontram o terreno das praticas e representações, linguagens e costumes, completando com Stuart Hall.

A história do homem é uma historia de hegemonias, e a historia de Natal não deveria deixar de ser. As instituições lutam para ganhar reconhecimento na Batalha da Avenida Roberto Freire.

Agora sem armas bélicas, apenas armas e estratégias de marketing, onde cada uma destaca seus melhores cursos, nas avaliações curriculares nacionais e regionais. E todos os dias alunos disputam vagas nas faculdades com vestibulares agendados, e as chances de atravessar a avenida: “Dicotomia natalense” (Novo Jornal em 12/05/12 - Natal/RN).

Imigrantes e camponeses adaptaram seus saberes para trabalhar no campo, e desfrutar da cidade. Agora estudantes se adaptam para poder estudar em faculdades e para poderem desfrutar um futuro. Em faculdades que vinculam seus conhecimentos e saberes a determinados modelos e regras curriculares de seleção e avaliação. Tal como lavradores, os estudantes continuam sendo discriminados, como alunos. Um corpo discente sem o conhecimento, sem o saber que transborda do corpo docente.  



Entre Natal e Parnamirim/RN ─  21/12/2013
BLOG

Texto disponivel em:





INFORMÁTICA EM REVISTA |ANO 8 | Nº 89 |PAG 20
 DEZEMBRO 2013 | NATAL/RN
PRÊMIO
DESTAQUES DO MERCADO - INFORMATICA 2013
Categoria Colunista em Informática




Palavras Chaves: gestão; qualidade; conhecimento

Palabras Clave: gestión; género; conocimiento

Key Words: management; gender; knowledge


Roberto Cardoso
(Maracajá)

ESTRATEGISTA



023.1461.13
CMEC - Cadastro Municipal de Entidades Culturais
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e-mail: rcardoso.gti@terra.com.br
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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Construindo o conhecimento (3)

Construindo o conhecimento (3)


Durante o período da Segunda Guerra as mulheres ocuparam as fabricas enquanto os homens estavam no front de batalhas. Terminada a guerra os homens voltaram aos seus lares e suas casas, e precisavam recuperar suas antigas posições nas fabricas, reocupar seus espaços no mercado de trabalho. Começava uma campanha subliminar da mulher a Rainha do Lar. Com a popularização do aparelho de televisão, muitos filmes e cenas mostravam a mulher como a gestora do lar, administrando afazeres domésticos, e responsáveis pela educação dos filhos, enquanto os homens estavam em suas tarefas laborais.

Uma guerra é produzida com monstros e monstruosidades. Muitos filmes, reportagens e documentários ainda são produzidos até hoje baseados em novos relatos, novas descobertas e novos pontos de vista. Os registros históricos sempre foram a partir da visão dos vencedores, que venciam as guerras e as batalhas, e registravam a historia sob seus pontos de vista. Hoje é possível descobrir e conhecer a visão dos perdedores, que também vem registrando as suas historias sob os seus pontos de vistas.

Cenas de uma família com diversos episódios, histórias e versões, inclusive em desenho animado, com toques de humor, também foram criadas para a televisão. Uma família de monstros, amenizando os monstros e as monstruosidades da guerra, a Família Adans, com Morticia desempenhando o papel da rainha do lar, liderado por um marido rico e apaixonado, que tinha detalhes industriais no pescoço. E alguns outros personagens que mais podiam lembrar ex-combatentes com tiques e toques psicológicos e humorísticos, um especialista em explosivos, um delinquente, como um neurótico do pós-guerra e outro como uma mão mutilada pela falta do corpo.

Aos poucos a mulher vem ocupando o mercado de trabalho com estudo e esforço, mas os arquétipos estão inseridos em suas memórias e seus comportamentos. Mirna Santiago ─ “Construindo o conhecimento (1)" (Jornal de Hoje – Natal/RN em 25/11/12), ─ é descendente de um momento cultural e social do período pós-guerra, com comportamentos e cuidados exigidos e vinculados ao gênero feminino. E como professora pode ter o comportamento da “Tia”, a substituta da professora no final do século passado.

Uma tia com sobrinhos de uma época da implantação do capitalismo ao comando de Tio Patinhas (USA) e Patacônico (URSS), os magnatas das histórias em quadrinhos que promoviam uma guerra fria, sem armas, só com insultos. Controlavam seus sobrinhos de primeira e segunda geração enquanto mulheres sem maridos, idosas (vovó Donalda) e jovens (Margarida e Minie) tomavam conta das casas, das cozinhas e das sobrinhas, talvez seus maridos e irmãos não tenham voltado da guerra.

Enquanto a indústria de entretenimento americana criava personagens com animais domésticos e domesticados, a produção de HQ nacional produzia personagens sujos, descalços e interioranos, que brincavam nas ruas com brinquedos improvisados, pela criatividade e falta de opção para adquirir brinquedos industrializados, uma condição subdesenvolvida.

A turma nacional das HQs foi utilizada na propaganda da doutrina liberal nos anos 1990, destaque prefaciado em “Neoliberalismo, qualidade total e educação” organizado por Gentili e da Silva (Vozes, 2007).

Simone de Beauvoir (1908-1986) viveu a mesma época de Michel Foucault (1926-1984), e foi casada com Jean-Paul Sartre (1905-1980). Foucault e Sartre foram dois pensadores admirados por Pierre Bourdieu (1930-2002), renomado sociólogo contemporâneo que atribui um fracasso à Simone em sua filosofia. Um fracasso como estratégias de silencio e reconhecimento, um poder simbólico masculino imposto pela filosofia de Sartre (Burawoy, Ed. Unicampi, 2011).

A missão do governo do RN é garantir um ensino publico de qualidade, disse Mª Bernadete diretora presidente da FAPERN (Ciência Sempre Nº 26 nov/dez 2012). O RN já tem uma Lei de Inovação Tecnológica, a Lei 478, assinada por Rosalba Ciarlini. em 27/12/2012 na FAPERN (idem), abrindo novas portas para o investimento.

A partir destas afirmações e posicionamentos, de lideranças femininas, é compreendido que as faculdades particulares devem acompanhar os passos governamentais, para que não desapareçam do mercado.




Entre Natal e Parnamirim/RN ─  09/12/2013






INFORMÁTICA EM REVISTA |ANO 8 | Nº 89 |PAG 20
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domingo, 1 de dezembro de 2013

Construindo o conhecimento (2)

Construindo o conhecimento (2)



Alguns professores, mestres e doutores, em universidades públicas trabalham em regime de DE (a dedicação exclusiva). As universidades proporcionam estruturas e infraestruturas (nem sempre satisfatórias), fomentos e investimentos, para pesquisar e produzir conhecimento. É o governo através de seus servidores investindo e produzindo conhecimento, uma estratégia da política de defesa nacional. A academia tem papel importante produzindo conhecimentos, rompendo com os limites da verdade, levando a criação de grupos de estudos especializados em assuntos de defesa nacional, como a ABED.

È possível observar faculdades particulares com professores em regime de DE, sem contanto possuírem um núcleo de pesquisas, um simples NUPES que produza um conhecimento. Não há motivação e incentivo para uma produção cientifica, não há uma revista cientifica como espaço e recurso de divulgação da produção cientifica, não só do corpo docente, mas também do corpo discente envolvido em pesquisa. Em contra partida cobram cada vez mais do corpo docente atualização e conhecimento.

Instituições particulares quando muito criam revistas cientificas que se preocupam em estabelecer critérios de seleção e exclusão de autores. Criam um grupo de consultores (ad hoc) que se posicionam como detentores de um conhecimento e poder de apontar quem pode e quem não pode escrever; quem tem e quem não tem algum saber. Fortalecem as disputas de títulos e canudos, a luta de todos contra todos, promovendo a arte de esperar aos que não atingiram os degraus superiores.

Poucos são os professores que produzem conhecimento. De um grupo de nomes, pesquisados na internet, dentro de um contexto estabelecido a “Batalha na Avenida Roberto Freire” (Jornal de Hoje em 30/jul/12), apenas um nome despontou com produção cientifica: Mirna Santiago (MSG), citada em “Construindo o conhecimento (1)” - Jornal de Hoje em 25/11/13.
As comunicações e as artes estão em convergência, esclarece Lucia Santaella em seu pocket book: “Porque as comunicações e as artes estão convergindo?” (Paulus, 2008). E MSG antes de produzir um trabalho na academia, é uma artista com produção poética. Ainda é uma cinéfila, com o controle na mão, podendo adiantar ou rever a historia de acordo com o seu comando. Qualquer pessoa nascida a partir de 1980 está imersa em um oceano de informações dificultando a separação de comunicação e cultura, com a produção sendo um trabalho de um conjunto de comunicações e interações, uma teoria sintetizada do pocket de Martino em “Comunicação: troca cultural?” (Paulus, 2005).

A nova ordem social é a popularização da informação, a divulgação do conhecimento, não importando se o texto é em linguagem formal ou coloquial, em uma escrita poética de versos ou prosa, literária ou jornalística. E um grupo deve se ocupar desta missão.

Não são mais necessários textos científicos ou acadêmicos, obedecendo a critérios e formatações determinados por entidades classificadoras ou normatizadoras. O mais importante no momento é a disseminação e divulgação do conhecimento, e não importa que seja publicado na íntegra ou de modo capitular, em doses homeopáticas.

Problematizações, procedimentos racionais e sistemáticos era a ordem acadêmica com a visão cientifica. A ordem social agora é outra (FAPERN/CNPq – Curso de capacitação em jornalismo científico. UFRN, outubro/2012). O cientificismo e o academicismo vêm perdendo espaço com a velocidade das informações. Não há tempo para cumprir regras, normativas e conformidades, apenas prazos, para divulgar o conhecimento, apropriando-se das tecnologias da informação e comunicação - TICs.

O mundo esta olhando para o Brasil, basta observar o que vem acontecendo: Copa do Mundo no Brasil, a Igreja Católica representada pelo Papa reuniu-se com os jovens no Rio de Janeiro. Jogos olímpicos programados para acontecerem no Brasil. Uma novela com o tema diamantes e salinas, praias e belezas, do RN já rodou e foi exibida no Brasil, agora esta correndo o mundo. Um boom imobiliário acontece nas cidades, e a modificação do mobiliário urbano com as obras de mobilidade e acessibilidade. Em breve deve acontecer um Black Friday das reservas minerais e energéticas.

As 200 maiores minas produtoras brasileiras (The 200 Largest Mines in Brasil) já foram listadas pela revista Minérios & Minerais (out/2013), fornecendo informações de localização, produção em 2012, investimentos, produtividade, equipes gerenciais e segurança. Uma relação de minérios um por um de amianto a zinco, com pedra britada e argila, ouro e diamante. O Brasil foi ponto estratégico na Segunda Guerra e continua sendo, agora com Barreira do Inferno (RN) e Base de Alcântara (MA), pontos próximos à linha do Equador que facilitam o lançamento de foguetes.

Fica claro que é necessário estar preparado para receber os passageiros estrangeiros que desembarcarão no novo aeroporto (SGA) trazendo em suas bagagens, seus conhecimentos e suas ideias, suas propriedades intelectuais originadas em outros ambientes, principalmente no hemisfério que norteia os conhecimentos. È mais fácil invadir um país verticalmente do que horizontalmente, e Amarante é a resposta literal.

Já é possível fazer o grau em alguns dias, o 2º grau em alguns meses e o 3º grau em alguns semestres, com os CSTs, entre quatro e cinco semestres. A dicotomia acadêmica da crise e da pressa instalada no país.  Cursos relâmpagos disparam um flash nos alunos que terminam o curso sem a certeza de ter um aprendizado, tornam-se presas fáceis de cursos de pós-graduação que prometem um aprendizado maior, um aprendizado de conceitos e de valores que deveriam estar na graduação. O poder vem vendendo cursos superiores à prestação. O que era cursado em quatro ou cinco anos agora pode ser adquirido em parcelas de CST e especialização.

Uma gama de conhecimento é deixada de ser ofertada a aqueles que frequentam cursos rápidos, com a popularização do conhecimento, temas dos cursos superiores devem ser passados em linguagem aberta dirigida a um publico estereotipado. Novas profissões deverão surgir a partir da informação e do conhecimento articulado por cada um, suas ideias e suas emoções. “Crie sua profissão” (Galileu Nº 267, out/2013. Ed. Globo).

Roberto Cardoso
(Maracajá)

ESTRATEGISTA

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Construindo o conhecimento (1)

Construindo o conhecimento (1)



A noção de conhecimento parte de uma relação entre um sujeito e um objeto, fixada por filósofos dos séculos XVII-XVIII, diz Santos em “Platão e a construção do conhecimento” (Paulus, 2012). O ser humano é um ser histórico e social e pode mudar sua trajetória durante sua jornada. E utilizar-se de um conhecimento adquirido nem sempre é um direito dado ao aluno.

A ideia de uma teoria do conhecimento vem de Descartes e Espinosa, mas foi o trabalho de Kant que a tornou uma disciplina independente no século XIX diz Urbano Zilles em “Teoria do conhecimento e teoria da ciência”. (Paulus, 2008). René Descartes (1596-1650); Baruch Espinosa (1632-1677); Immanuel Kant (1724-1804): Wikipédia.

Toda pesquisa pedagógica é realizada sob o ponto de vista do organizador da pesquisa, professores, mestres e doutores. Sob seus pontos de vistas, analisam escolas, alunos e modelos pedagógicos, criando critérios de avaliação e analises, a partir de seus ângulos, parâmetros e conceitos. Torna o aluno um mero objeto da pesquisa, analisado e direcionado pelo sujeito pesquisador, aquele que supostamente detém um conhecimento. Uma pesquisa deve dar resultados estimados e esperados em padrões e parâmetros, em modelos determinados por seus pesquisadores. Uma pesquisa leva a um resultado desejado, caso contrário ela é abandonada, não provará nada.

Educadores posicionam-se como detentores do saber e do poder, com onisciência e onipotência, esquecendo ou desconhecendo que saber, informação e conhecimento é uma troca simbiótica, entre o meio e o ser, entre um ser e outros a sua volta, o ser humano interage com o meio.

Relações de gênero tendem a fazer um equilíbrio no ambiente organizacional da relação discente e docente e poucos são os educadores que conseguem se posicionar em outra condição, na posição do educando.

Em citação de pesquisa em 1987, Irmã Jacinta ou Aparecida T. Garcia, diz que Edith Stein (Alemanha 1891-1942) tinha uma convicção: Só uma pessoa bem formada pode ser formadora (Ed. Loyola s/d). Enquanto Irmã Milani, chanceler da USC/SP, apresentando a obra de Garcia diz que “A missão da universidade é a tarefa indelegável da difusão do saber, mantendo a sincronia dos problemas do homem em seu tempo, em busca de uma sociedade mais humana, mais justa e mais cristã”. Milani diz ainda que a práxis pedagógica de Stein é um subsidio valioso à causa da mulher, a mulher educadora (idem).

Mulheres precisam de um esforço muito grande para ser notado em relação ao seu desempenho, segundo pesquisas relatadas em “Representações sociais das relações de gênero na educação superior”, um artigo em “Relações de Gênero no Espaço Organizacional”, por três editores e diversos autores (UFLA, Lavras/MG, 2004). 

Cargos de direções e coordenações de faculdades e centros universitários evidencia-se a predominância masculina. Parafraseando Rose-Marie Lagrave em “Trabalhar com Bourdieu” coordenado por Lagrave e Encrevé (Bertrand Brasil, 2005): Reconhecer-se dominada é um fato distribuído de forma desigual entre a população feminina, dentro de uma avaliação individual ou coletiva corresponde a fato que depende da posse de um capital escolar. Nem todas percebem tal posicionamento, depende de sua aquisição de conhecimento para identificar tal situação, diferindo em meios sociais ou proximidades de lutas femininas, já que muitas dizem estar acima disso.

Avanços rápidos acontecem no momento atual, no campo da ciência ou da tecnologia, e principalmente dos meios de comunicação. A universidade esta em alerta, necessitando um acerto de ritmo no seu caminhar, diz Thereza Marini, doutora e livre docente em didática na UNESP, em “A função do ensino e a formação do professor universitário” (Paulus, 2013).

 “É pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distancia que a separava do homem, somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência completa”, palavras de Simone de Beauvoir (1908-1986), companheira de Michel Foucault. Vivemos um momento em que a função do intelectual específico deve ser reelaborada, Foucault (1926-1984) em Microfísica do poder.

É o aluno quem sente na pele os reflexos da qualidade do ensino escolar, uma qualidade percebida pelo seu grau de participação e aulas recebidas, o desconforto pelo que paga e pelo que recebe, diz Luiza Gavaldon no texto “A qualidade do ensino na visão do aluno” em “Educação sem Fronteiras: em discussão o ensino superior” (Pioneira, 1996). Um aluno não é uma caixa vazia à espera de ensinamentos, Carmem Carpinelli em “Avaliação Globalizadora: um desafio para a universidade” (idem). Gavaldon usou a palavra pele para designar uma percepção, uma simbologia com o uso da pele perceptiva.

A dinâmica da comunicação cria novos símbolos, juntam-se aos existentes e convivem diariamente, visuais ou dialéticos, A. Rosa em Dicionário de símbolos (Escala/SP). E os símbolos falam, falam de você, de mim, da sua família, do grupo de estudo e balada, das cidades do povo e da historia diz Maria Celina Nasser em “O que dizem os símbolos?” (Paulus, 2003).

A pele exprime um sentido, uma percepção, uma sensação do meio exterior. Estar dentro da própria pele é estar dentro de um corpo com braços e pernas, é perceber qual é a sensação e localização exata de algo, como diz Geneen Roth, em “Mulheres, Comida & Deus” (Lua de Papel, 2010). É a pele que interage com o meio, as primeiras sensações são através de terminais nervosos sob o tecido epitelial, sensores periféricos, a sensação térmica, úmido ou seco, agradável ou desagradável. A termorregulação com o ambiente, com frios e calafrios, suores e calores.
Um processo gerou um novo paradigma na universidade brasileira na década de 1960, por estudantes universitários, organizados na UNE, diz Sueli Mazzilli da Católica de Santos (Revista ANDES, 2011). A partir da Europa com a Primavera Árabe e o Occupy, os novos movimentos chegaram ao Brasil ocupando as ruas por novos norteamentos, políticos, educacionais e sociais.

A universidade é um espaço público, a ser ocupado com ideias e pessoas, e como diz Mirna Santiago, gestora e consultora de qualidade, professora e mestre universitária, com as palavras de Garvin: As organizações só aprendem por meio de indivíduos que aprendem. Mirna ainda acrescenta que uma organização para crescer e sobreviver deve investir em pessoas, com as palavras de Gomes (Dissertação de mestrado: Guimarães, M.S. in CT-UFRN, 2008. Natal/RN).

As citações de Mirna com Garvim e Gomes também são validas à instituições de ensino, formadas por pessoas: alunos, funcionários e professores. E o conhecimento é algo imaterial, intangível, que pode ser construído e administrado. “A criatividade precisa ser enfocada para que tenhamos consciência do nosso potencial para enfrentar desafios”, palavras de Marly Amarilha, do DFPE/UFRN (Jornal da UFRN, Nº 66 – outubro/2013)

FIM (1)



Entre Natal e Parnamirim/RN ─  24/11/2013
Jornal de HOJE



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Key Words: management; gender; knowledge

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Artigo publicado:

Construindo o conhecimento (1)
Jornal de HOJE | Ano XVI | Nº 4.796| pag. 2
Segunda-feira - 25/11/13
Natal/RN


Roberto Cardoso
(Maracajá)

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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A construção do conhecimento (10)

A construção do conhecimento (10)


O homem enquanto primitivo saia de sua caverna, ou de seu abrigo, em busca de alimentos. Em suas andanças observou o que outros animais colhiam e comiam. Provou, usou e abusou do conhecimento instintivo dos animais. Evitou envenenamentos comendo os mesmos frutos que pássaros comiam.

Em suas caminhadas estes homens primitivos caçavam e pescavam, catavam ou colhiam frutos, raízes e sementes. Observou que poucos animais estocavam alimentos. Apenas os que prevenidos, necessitavam se antecipar à fome e à seca, prevenir-se do frio e das entressafras, precisavam guardar reservas energéticas, glicídios e lipídios.

Todo conhecimento esta baseado na necessidade de comer. Digerir ideias e informações, alimentos e conhecimentos. Cada órgão está associado a um processo da digestão, de transformação e assimilação, de absorção e eliminação. Ideias e conhecimentos, todos controlados em etapas e processos pelo cérebro, que assimila e armazena as intangibilidades.

Antes os alimentos só eram consumidos in natura. O alimento retirado da planta vem com sua embalagem natural, as cascas. Agora os alimentos estão em conservas, conservados por novas embalagens em novas ideias e tecnologias. O conhecimento de cada um é construído entre gestões e digestões, com algumas congestões em excessos consumidos, ou deteriorados.

O homem atual é um ser considerado inteligente, considerado por si mesmo, e por seus próprios parâmetros. Mora agora em casas e apartamentos, e também sai de seu abrigo tal como o homem primitivo, sai em busca de alimentos e informação. Ao entrar em um mercado procura por alimentos frescos, modificados e industrializados. Naturais ou orgânicos, sem glúten, sem açúcar, ou sem aditivos químicos, indicados a esta ou aquela dieta, de restrições ou abusos.

Homens observaram que alguns animais guardam alimentos e outros não.  Viram nisto uma boa oportunidade para guardar, produzir e conservar, oferecer a quem pudesse pagar, ou estivesse impedido de arar e semear. Plantar e cultivar, colher e processar, embalar e distribuir.

O homem moderno entra em estabelecimentos, na busca de alimentos naturais e artificiais. Entra também em uma escola para obter conhecimentos enlatados, e customizados. Como não pode ou não teve como plantar, cultivar e colher, não há como sair em uma jornada errante, tem que buscar um conhecimento pronto para ser consumido, instantâneo, pronto para usar. Como na geometria, ou decora os teoremas e formulas básicas de triângulos, ou as deduz baseando-se em sombras projetadas por pirâmides, que mais parecem monumentos utópicos. Pessoas nascem e morrem sabendo que existiram, sem a certeza de que ainda existem, já que não tem oportunidade de ir ao Egito durante o tempo de sua existência.

Conhecimentos prontos para serem consumidos, são armazenados em HDs ambulantes, e utilizados nas empresas que usufruem e consomem o formando, o diplomado, como mão de obra especializada em conhecimentos cartesianos aprendidos. Uma escola oferece pelo menos duas opções de cardápios, em sala de aula com conhecimentos já preparados ou em uma biblioteca onde o consumidor ainda terá que construir suas interpretações. Com um cardápio melhorado oferece cursos de extensão, seminários e livrarias.

Ao final do período de aprendizado terá um comprovante, do seu conteúdo, sua composição, seus ingredientes e aditivos. O que foi utilizado, técnicas de preparo do estudante, em seu aprendizado, descritos em diplomas e históricos escolares, como um rotulo de embalagem ou bula de remédio, informando que assistiu às aulas e foi acompanhado por instrutores que aplicaram provas e testes durante o processo. E ao final o aluno teve um aprendizado considerado apto e com aproveitamento, compatível com as necessidades do mercado.  

Documentos com percentuais de aprendizagem, em uma escala de zero a dez, baseados em uma tabela considerada ideal e balanceada às indicações e objetivos do curso. Um documento carimbado, autorizado, protocolado, para quem quiser voar. Ou seja, foi um bom ouvinte e aprendeu tudo que lhe foi dito para aprender, decorar e responder.

Em caminhadas errantes o homem pode observar flores e frutos, caroços e sementes em estados diversos. Germinados, ou em germinação, deteriorados e por germinar. Assim pode avaliar e estimar uma sequencia de acontecimentos, organizando seu pensamento por um método, a natureza deu às chaves, os insights, a intuição para pensar de maneira organizada, sequencial.

Do mesmo modo foi observando que os dias seguiam após as noites e vice versa. Com o passar dos dias, e de tempos em tempos as condições climáticas também se repetiam. Épocas do frio e épocas do calor, épocas de chuvas e épocas de secas. Épocas que começavam com um frio ameno e culminavam com um frio intenso. Épocas que começavam com um calor agradável culminando com um calor abrasivo. Assim pode definir limites das estações com as estações de transição. Da mesma forma observou as fases da Lua, da fase crescente à fase minguante, do limite máximo ao limite mínimo. O dicionário possui uma enorme quantidade de palavras iniciando com a letra “C”, talvez a maior. Observaram outras modificações alteradas com os relevos e proximidades de mares e rios, lagos, lagoas e lagunas.

Associou e analisou as folhas e as flores das plantas onde colhia seus frutos. Observou e analisou as mudanças climáticas e astronômicas com o crescimento e desenvolvimento das plantas. Depois de incêndios em florestas observou que alguns animais sobreviventes se alimentavam daqueles consumidos pelo fogo. Aprendeu a levar a carne e outros alimentos ao calor, depois das próximas caçadas e coletas silvestres, quando já dominava o fogo.

O homem começou a articular seus pensamentos e suas ideias a partir do que observou a sua volta, começou a cientificar seus aprendizados e seus conhecimentos. Continua articulando ideias e pensamento, planifica conhecimentos e projeta resultados para o futuro.

Tal como a mulher que gera uma nova vida, o homem errante gerou ideias. Assimilou informações, construiu pensamentos, fez um processo de gestação, alimentou com novos conhecimentos e novas informações, até o momento de parir uma ideia. Começou um pensamento cientifico. Como um processo de gestação infinita vai construindo e organizando a gestão de seu próprio conhecimento.




Entre Natal e Parnamirim/RN ─  17/11/2013
Publicado em:
Jornal de HOJE
18/11/13
Natal/RN


Roberto Cardoso
(Maracajá)