sábado, 10 de maio de 2014

A desconstrução do conhecimento (2)

A desconstrução do conhecimento (2)

O escalonamento do aprendizado e do conhecimento é dividido em três graus, três etapas, três estágios, do básico ao superior. Do primeiro grau ao terceiro grau, onde termina e determina uma graduação. O que vem depois é denominado com algo posterior, além do tradicional, um pós-conhecimento, a pós-graduação, já indicando que não é para todos. Apenas para aqueles que desejam, e podem ir além.

A princípio o escalonamento do conhecimento é dividido em três degraus; alto, baixo e mediano; alto, baixo e médio; tal como três classes sociais, alta, média e baixa. Um modo de diferenciar uns de outros, estabelecendo os extremos e admitindo uma classe mediana. Tudo se nivela por três patamares, até a administração pública com os governos: municipal, estadual e federal, um sobrepondo o outro. O topo da pirâmide controla a base e o intermediário. O homem sempre procurou estabelecer três níveis aos seus conceitos, de modo consciente ou inconsciente: Pai, Filho e Espírito; alma, corpo e mente. Tal como os estados da matéria: gasoso, liquido e sólido O liquido é um estado intermediário entre o solido e o gasoso, e permite uma visualização de suas misturas, que podem se tornar homogêneas, diferente dos sólidos que podem se tornar homogêneas ou heterogêneas, dependendo dos pontos de vista das analises.   

Um ser mortal e comum, primeiro conclui o curso fundamental, ou primeiro grau, onde se conclui que obtenha conhecimentos fundamentados e fundamentais. Após o curso fundamental ingressa no curso de nível médio, por outras vezes, também chamado de segundo grau. Onde se conclui que termine com um conhecimento mediano, diante do proposto em três etapas, atingida com o terceiro grau ou nível superior, onde há uma solidez, uma graduação. O estudante começa por um estado gasoso, passa ao estado liquido e chega ao estado sólido. Os líquidos se misturam com facilidade, daí hoje a sociedade ser considerada liquida. Com novas regras e opções de mercado, se faz uma sublimação chegando rapidamente a outro estado, em pouco tempo vai-se do gasoso ao sólido, do nível fundamental ao nível superior e além.

Terminadas as duas primeiras etapas, então poderá almejar uma faculdade obtendo uma graduação, onde se tornará um cidadão graduado, diferenciado dos outros. Tornando-se um bacharel ou um licenciado em determinada área do conhecimento, solidificando seus conhecimentos. Terminado o curso de nível superior terá direito ao conhecimento e reconhecimento, respaldado por diplomas e honras, com rituais e memoriais.

Um estudante seguindo o tramite legal, formal e temporal da educação leva ou levaria anos para concluir a graduação, a obtenção do diploma de bacharelado. Com mais alguns anos depois de bacharel, um diploma de especialista (lato sensu). Depois mais alguns outros anos a percorrer para obter primeiro um título de mestre, e seguidamente depois obter um título de doutor (stricto senso). Pós-graduação não cofere diplomas, confere títulos de especialista, mestre e doutor. Títulos de saber e conhecimento em um determinado tema específico; especialistas, mestres e doutores em determinado assunto. E por muitas das vezes não é a especialidade da banca de avaliação.

Uma inundação de faculdades com cursos denominados tecnológicos invadiu as cidades. Proporcionou uma conclusão do nível superior em menor tempo. A grande chamada aos cursos tecnológicos foi a possibilidade obter um curso superior em menor tempo; prestar concursos públicos que exigissem nível superior; e uma possível entrada no mercado de trabalho antes de prazos mais extensos da graduação.

Cursos voltados ao mercado de trabalho. Grades curriculares montadas de acordo com as necessidades apresentadas pelas empresas que foram consultadas e requisitadas. Mas mudanças conceituais e mercadológicas são dinâmicas. As fabricas produzem produtos com quantidades, qualidades e finalidades de acordo com a demanda e oferta do mercado. Fato que não é corrigido dentro dos cursos preparatórios para o mercado de trabalho. Cursos preparatórios com status de faculdade. O conhecimento é uma mercadoria renovável, ótima mercadoria para instituições escolares, uma mercadoria de pouco tempo de prateleira.

Depois do incentivo governamental para fazer cursos técnicos, pregou-se que o conhecimento técnico não era mais suficiente. Não bastou ser técnico para ocupar um espaço intermediário entre a produção e a coordenação, entre a base e o topo da pirâmide, seria preciso ser tecnólogo. A pirâmide foi redimensionada e adaptou-se o espaço do tecnólogo. Desconstruiu-se o que estava construído.

Pelas ruas e avenidas, em faixas e cartazes, ou distribuição de folhetos é possível encontrar oportunidades para fazer e concluir o primeiro grau em alguns dias, o segundo grau com ou sem especialização em alguns meses. Em mídias mais restritas e mais expensas (outdoor e busdoor), com maior apelo mercadológico; jornais e revistas para públicos mais específicos, já encontramos oferecimentos de cursos superiores com conclusão em reduzido espaço de tempo. Incluindo-se os cursos à distancia (EaD), com raras atividades presenciais, a não ser para mensurar conhecimentos. E continua-se a desconstruir o conhecimento construído. Quanto mais fácil o acesso a um titulo escolar, maior será a sua desvalorização proporcionada por uma “inflação de títulos” (Bourdieu).





Entre Natal e Parnamirim/RN ─  10/05/2014






Texto escrito para: Jornal de HOJE

A desconstrução do conhecimento (Parte 1)

A desconstrução do conhecimento (Parte 1)

Publicado no Jornal de HOJE
Natal/RN
05/05/14

sábado, 3 de maio de 2014

A desconstrução do conhecimento (1)

A desconstrução do conhecimento (1)


A denominada academia do conhecimento é formada por universidades, escolas superiores e faculdades. Dividida em departamentos e coordenações, diretorias e reitorias. Capitaneada por especialistas, mestres e doutores; decanos e diretores; reitores com direito a vice-reitoria e pró-reitoria. Uma construção orgânica e simbólica: física, jurídica e intelectual, com um compromisso social.

Esta academia construiu degraus que chegaram cada vez mais altos, com caminhos cada vez mais longos. Buscam sempre alguns interesses e objetivos: próprios, individualizados ou generalizados. Buscam o saber e as informações para construir conhecimentos. Seus patrocinadores investem com remunerações, capacitações e informações, em mentes pensantes e pulsantes. Buscando obter como resposta patrimonial a detenção de um conhecimento, que determine um poder. Um capital intelectual e de conhecimento.

Estratégias adotadas na construção do conhecimento. Uma estratégia externa, como modelo de convocar e selecionar membros para participar e fortalecer o sistema escalonado, novos alunos fomentam e alimentam o processo (feedback). Uma estratégia interna, como tentativa de diminuir a concorrência, escolher entre cabeças pensantes, para decidir quem pode chegar ao topo.

Caminhos e degraus que objetivam dificultar uma chegada ao topo, ocupado por aqueles que foram alem da graduação: certificados, diplomados e titulados. Renomados como supostos detentores de um conhecimento. Disputam títulos e conhecimentos nos palcos de colóquios e conferências, seminários e congressos. Quanto mais especializada a pós-graduação, mais raros são seus certificados e titulações. No entanto hoje vemos a tão afamada academia distribuir títulos como estratégia política, criando uma vulgarização da sua mercadoria de maior valor. Uma mercadoria com um valor simbólico, criada para ser rara.

Mestres e doutores devem produzir um conhecimento através de suas pesquisas. Produzir novas ideias, novos pontos de vista, e novos ângulos de interpretação. Na condição de orientadores contam com apoio de seus orientandos, desenvolvendo a dialética: teoria e pratica. Devem pesquisar uma diversidade de fontes e autores, fazendo por merecimento e reconhecimento, citações bibliográficas.

E o reconhecimento de um conhecimento produzido é feito através de um documento impresso e chancelado, acompanhado de um cerimonial ritualístico. Mercadorias e rituais criados para serem raros, destinando-se a pessoas distintas, distinguidas pelo seu conhecimento. Hoje se distribui títulos de doutores (honoris causa) a quem não investiu, não pesquisou e não produziu um conhecimento. Talvez tenha proporcionado instrumentos e condições para tal, fato que caracteriza uma estratégia política, de uma ou ambas as partes. Enquanto uma parte socializa seus títulos, a outra parte cobra uma participação na restrita sociedade científica de imortais.

Por outro lado professorados e renomados cientistas sociais atacam a sociedade. Mestres subestimam alunos em classe, e pós-graduados no mais alto escalão subestimam o povo. Mais precisamente a classe média, aquela que produz para uma pequena classe no topo da pirâmide usufruir. Professorados e cientistas sociais pagos com dinheiro público para formar novas mentes pensantes; estudar os movimentos, fenômenos e atividades sociais. Enquanto uma classe produz, outra usufrui. Uma terceira classe na base da pirâmide tenta a todo custo mudar seu patamar, com incentivos e cotas sociais, ao ponto de ser usada como percentual de interesses em resultados desejados.

Aqueles que ensinam modelos (SWOT e Swap), a serem utilizados utilizam-se dos mesmos modelos para perpetuarem suas posições, suas cadeiras e suas cátedras; suas lideranças e chefias; seja de um núcleo de pesquisa ou um grupo de pesquisa. Como também outros grupos não acadêmicos.

A razão fundamental da pós-graduação é gerar e gerir conhecimentos. Hoje com mestrados e doutorados facilitados e ofertados, após a graduação, este objetivo vem se perdendo pelo tempo. Uma pós-graduação vem se tornando uma necessidade de complementação da graduação, sem formar pensadores e pesquisadores que transformem informações em conhecimento. Formando mão de obra para um mercado cada vez mais desqualificado, por outros instrumentos.

Depois de estabelecidos portando títulos no alto de seus degraus escolhem entre este ou aquele quem pode dividir o pódio entre mestres e doutores, inclusive os pós-doutores ou simplesmente pós doc. Com mecanismos ocultos criam poderes de dominação que se disfarçam e perpetuam ao longo dos anos, criando ilusões sociais.


Entre Natal e Parnamirim/RN ─  03/05/2014






Texto escrito para: Jornal de HOJE



Palavras Chaves: gestão; qualidade; conhecimento

Palabras Clave: gestión; la calidad; el conocimiento

Key Words: management; quality;  knowledge


Roberto Cardoso
(Maracajá)

ESTRATEGISTA




Votação

JULHO a OUTUBRO de 2014

Candidato
DESTAQUES DO MERCADO - INFORMATICA 2014
Categoria Colunista em Informática



INFORMÁTICA EM REVISTA |ANO 8 | Nº 89 |PAG 20
 DEZEMBRO 2013 | NATAL/RN
PRÊMIO
DESTAQUES DO MERCADO - INFORMATICA 2013
Categoria Colunista em Informática




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