Sobre um conhecimento
contido nas ruas - Tomo I
PDF 585
|
|
Conjunto de textos focado em
conhecimentos contidos em ruas, praças e avenidas, a partir de um ponto de
vista da Grande Natal. O olhar a partir do lugar onde se pisa. Um aprendizado fora
das salas de aulas. Textos publicados no Jornal de Hoje. Natal/RN.
Textos encontrados em diversos
sítios da internet.
Roberto
Cardoso “Maracajá”
Produtor de conteúdo (Branded Content)
Um
conhecimento que circula pelas ruas (1)
A palavra natal traz o
significado do nascimento de alguém; um natalício. Diz respeito ao nascimento e
ao renascimento. As cidades e as sociedades são formadas por pessoas. E
pessoas, ideias e cidades um dia nascem. Ideias e cidades nascem ou renascem
com novas visões e novas interpretações, com novas e outras pessoas,
participando, reinventando e inovando. E um conhecimento vem surgindo pelas
ruas. Não tão recente, e não a partir de Natal/RN, mas sendo necessário que
Natal/RN o reconheça, interprete, reinterprete e o respeite, para um novo
renascimento. Para que avance nos novos conceitos de conhecimento, informação e
comunicação, que circulam pelas ruas, e até na palma da mão.
A capital do RN, a cidade do
Natal, ao longo de sua história passou por ocupações e invasões; migrações e
imigrações; nascendo e renascendo com as influencias deixadas e absorvidas por
outros povos, de outras cidades e de outras nações. Natal vive e revive com
influencias vindas de outras terras, associadas ao povo e a cultura local, está
sempre em mutação. E Natal/RN a capital, é um local onde tudo recomeça e todos
renascem. Surgem ideias e criam-se limites entre a Barreira do Inferno e o
Trampolim da Vitória. Um espaço entre a ponta do Cotovelo e a ponta do
Calcanhar, passando pela ponta da Canela. O mundo representado nas costas de um
elefante. Um lugar para lançar novas ideias, quebrando as barreiras dos
conhecimentos e dos desconhecimentos, com pipas e Pipa.
As chamadas pinturas rupestres,
comuns no interior do RN, tinham como objetivo um conhecimento ou uma
informação, a ser transmitida. Informações e conhecimentos, que poderiam servir
aos que estavam ali presentes enquanto eram grafadas as imagens sobre a rocha
(matriz arqueológica); poderiam servir a um grupo reunido depois de formada a
grafia, diante um facilitador e comunicador. Como também poderiam ser
destinadas aos próximos elementos de um grupo que ali um dia viessem a passar.
Andarilhos, exploradores, caçadores ou simples coletores de frutos silvestres.
Pessoas de um mesmo grupo que pudessem entender seus significados ali
estampados. Quadros de avisos é algo comum em empresas, quartéis e escolas,
normalmente localizados em corredores para informar aqueles que por ali passem,
tal como a matriz arqueológica, modernizada e atualizada.
Ainda hoje professores
escrevem em paredes para que o grupo presente em sala de aula compreenda os
significados dos aprendizados transmitidos, por textos e símbolos colocados
pelos professores sobre a lousa. Ao longo de uma história didática os
professores já escreveram nas paredes com giz e com canetas hidrográficas, a
matriz arqueológica atualizada, de acordo com um tempo e um momento.
Hoje com uma tecnologia,
professores e palestrantes, podem projetar as imagens desenhadas, planejadas e
desejadas sobre uma tela ou uma parede. Professores e conferencistas ainda
podem disponibilizar a gravação de suas informações em pendrives, ou enviar por
e-mail. Para que outros grupos em outros lugares também compreendam,
interpretem e entendam as ideias e os significados apresentados.
E a matriz arqueológica
atualiza-se novamente, e pode ser observada em outro plano, como uma tela de
computador. A mídia ou o meio de transferência de informações ganhou mobilidade.
Saiu de um elemento estático, desde o uso do papel, transportável entre um
local e outro. A tecnologia avança, mas não esquece seus elementos e modelos
anteriores. Com o papel e sem projetores, já foi usado o flip-chart, em aulas e
palestras.
Assim como povos antes dos
limites reconhecidos como o período histórico deixaram marcas e escritas em
cavernas e paredes de pedras, para outros caminhantes, a sociedade vai deixando
informações em ruas e calçadas (outra nova matriz), para outros que ali vão passando.
Enquanto no passado a mídia poderia ser uma rocha, tal como uma parede ou um
piso, hoje a mídia tem o cimento e o asfalto, que vão deixando marcas, com
informações pelo caminho. A evolução e a tecnologia de hoje, permitem
informações verticais e horizontais.
Sobre o asfalto ou sobre o
concreto das calçadas (horizontais) há informações que deixam e transmite uma
informação ou um conhecimento. Em postes e estacas com placas (verticais),
outras informações e outros conhecimentos. Informações e conhecimentos que são
validos para este momento. Informações codificadas com uma maior amplitude de
entendimento e reconhecimento. Muitos grupos já conhecem e reconhecem as
informações escritas e inscritas nas ruas. Uma linguagem com um reconhecimento
internacional.
E Natal sempre renascendo
precisa aprender, reconhecer e respeitar esta linguagem escrita nas ruas e
calçadas. Não são informações de um grupo ou de outro grupo andarilho, mais
informações geradas por uma sociedade, com um respaldo do poder público, que
grafa as informações. Símbolos e siglas de informações que preservam o espaço
de pequenos grupos, ou grupos distintos. Criando respeito entre diferentes
grupos, como estratégias de deslocamento e convivência.
A sociedade atual já não vive
em cavernas e não transita por trilhas e atalhos. Mas vive em casas e
apartamentos e transita por ruas e calçadas. Mudaram os conceitos e os modelos
de habitação e locomoção. Mudaram hábitos e sistemas de proteção. Mudaram-se
armas e equipamentos para as atuais locomoções. E uma linguagem com símbolos
(komunikologia), vai sendo inserida nas ruas e avenidas, passeios públicos e
calçadas. Informações para que os próximos transeuntes possam saber quais
espaços são reservados a outros, e os quais a ele é destinado. O que é possível
fazer e o que não é possível fazer, sem incomodar ou atrapalhar o próximo.
Símbolos que determinam e
classificam um poder de acessibilidade, respeitando aquele com limitações de
mobilidade. Além das limitações de mobilidade de um portador de limitação de
locomoção, um pedestre também tem uma limitação de mobilidade diante um veículo
automotor. São diversos grupos e diversas são as necessidades, coletivas ou
individuais.
Entre
Natal/RN e Parnamirim/RN em 18/01/2015
Um
conhecimento que circula pelas ruas (2)
Quem não se comunica se
trumbica, já dizia o Velho Guerreiro. O líder de audiência também dizia que na
TV nada se cria, e tudo se copia; como uma alusão as palavras de Lavoisier: “Na
natureza nada se cria. Nada se perde, e tudo se transforma”. Abelardo Barbosa
estava com tudo e não estava prosa. O Velho Guerreiro tomou emprestado um
teorema da ciência, e levou para a comunicação.
A comunicação está por toda
parte, chega pelos sentidos do corpo humano e pelos aparelhos criados pelos
humanos. Um grafite ou uma pichação tem uma informação, assim como uma faixa
amarela sobre o chão, a sinalização tátil de alerta e direcional (sentido da
visão e do tato). O meio fio, também chamado de guia, delimita os espaços dos
automóveis e dos pedestres. Ruas para carros e calçadas para pedestres (o
sentido da visão). Um carro ao subir uma calçada, ultrapassando o meio fio, vem
um balanço ou uma trepidação (tato), um alerta ao motorista de estar em local
errado.
Chacrinha tinha por hábito
distribuir alimentos ao publico e troféus aos participantes, que também podiam
ser alimentos. Era patrocinado por uma rede de supermercados que hoje não
existe mais. Usava uma cartola, e sobre o peito um grande disco de discagem,
lembrando os antigos telefones, e a comunicação. E ainda tinha uma buzina,
pendurada no pescoço, para reprovar calouros em seu programa. Buzina um símbolo
e instrumento de pequenos negociantes, que levavam ou ainda levam mercadorias
em triciclos ou pequenos carrinhos, pelas ruas, e de porta em porta, acionando
a buzina (audição), para atrair clientes. Pequenos comerciantes como padeiros,
sorveteiros, pipoqueiros, peixeiros e verdureiros. Pipoqueiros podem além de
usar buzinas e suas vozes, podem usar também o aroma das pipocas, durante o
processo de preparo de sua mercadoria, como estratégia de divulgação. Uma
informação circulando no ar, o olfato instigando o paladar. De vendedores
ambulantes com carrocinhas de lanches, chegamos hoje ao fast food truck,
levando um maior apelo de marketing, com gestão de alimentos, e critérios de
manipulação.
Chacrinha fez associações
entre as mercadorias e a comunicação, dando oportunidade a autores e cantores,
e a calouros também, de exporem suas opiniões em suas canções, e com suas
vozes. Os que ali em seu programa se apresentavam tinham a oportunidade de
apresentar seus produtos, ou seus serviços. Como a sua imaginação usadas em
composições, associada ao seu conhecimento. E tendo suas vozes, como
instrumentos de divulgação.
Desde os tempos muito remotos,
o homem teve uma necessidade de se comunicar. O texto bíblico já mostra por
diversas vezes, uma comunicação do homem com Deus. Uma comunicação entre o céu
e a terra. E por vezes uma comunicação silenciosa, chegando a brados em direção
aos céus. Hoje vemos e observamos igrejas e religiões. Umas com orações
silenciosas, e outras com um grande bradar, lembrando chuvas torrenciais,
trovoadas e relâmpagos.
Além de uma comunicação com
Deus o homem teve a necessidade de se comunicar com outros homens, pessoas com
outras moradas, instaladas em outros lugarejos, em outras cidades, outros
países e outros continentes. As respostas sempre vieram do céu. Hoje o homem
continua sua busca incessante em descobrir vidas em outros planetas, em busca
de novos vizinhos planetários. Assim como Deus poderia enviar respostas vindas
do céu, muitas respostas hoje também chegam do céu, estão armazenadas nas
nuvens.
Continuamos atrás de respostas
vindas do céu. Vivemos em busca de novas descobertas siderais, para que
possamos um dia se comunicar com os novos vizinhos. Vizinhos com os quais poderá ser possível
trocar informações, trocar necessidades e negociar serviços e mercadorias. Como
negociar pousos e decolagens. Tal como navios e aviões negociam suas próximas
escalas, por alguns mesmos motivos: de abastecimentos e manutenções; para
embarques e desembarques de mercadorias e passageiros. Tudo gera e é gerado por
comunicação.
Nos transportes terrestres,
usamos rodovias e ferrovias. Navios e aviões circulam em hidrovias e aerovias,
obedecendo a critérios de navegação, aérea, marítima ou fluvial. Cada sistema
de transportes pode ter suas regras e suas comunicações. E muitas formas de
comunicações, transferindo um conhecimento e uma informação, são comuns a todas
as modalidades de transportes, da modalidade a pé a modalidade motorizada, na
terra, no ar e no mar.
Natal/RN – 25/01/15
Um
conhecimento que circula pelas ruas (3)
O ato de negociar levou a uma
necessidade de se comunicar, uma comunicação compreensível por ambas às partes
do negócio. E a necessidade de cada vez ir mais longe para comprar e negociar,
foi deixando marcas e sinais pelo caminho. Primeiro foram os deslocamentos
terrestres, com comboios formados por montarias, que transportavam mercadorias.
Com regras e caminhos a seguir, um tempo e um local para chegar. Dos caminhos e
picadas, passaram carroças e carruagens, então surgiram as estradas.
Os usos das embarcações
criaram regras para as navegações, promovendo a segurança de todos:
passageiros, tripulantes e mercadorias, bens comerciais e bens intelectuais.
Segurança para um lugar onde em situação de emergência não haveria terra para
pisar. Regras de embarque e desembarque para mercadorias e passageiros, bem
como as regras de deslocamento das embarcações. Regras à princípio simples,
como a preferência de uma embarcação sobre a outra, baseada em seu tamanho,
mobilidade e velocidade. Preferências
entre atracar e desatracar, um barco ou um navio; entrar ou sair de um porto e
até como passar por um canal. Regras de uma condição macro (com grandes navios,
em grandes espaços), e regras em um universo micro (pequenos barcos em pequenos
espaços). Regras de cabotagem e longo curso, com carga geral e cargas
específicas.
E regras existem sobre ruas e
calçadas, canais de circulação de carros e pedestres. Espaços destinados a uns
e a outros. Regras de travessias e manobras, assim como barcos e navios, os
pedestres e os carros também fazem travessias e manobras. Na visão holística
oriental, ruas e avenidas são como os rios que fluem.
Regras existem para paradas e
estacionamento, embarque e desembarque de passageiros. Espaços para veículos
automotores, com alta ou baixa velocidade. Espaços para ciclistas e
motociclistas. Espaços para pedestres com autolocomoção e pedestres portadores de
uma insuficiência ou deficiência de locomoção. Pedestres com capacidades
auditivas e visuais plenas, e pedestres com uma deficiência da capacidade
auditiva e visual. Cada ser humano tem uma capacidade de carga intelectual e
uma capacidade de locomoção e visualização; uma velocidade e uma
mobilidade.
Assim como foram criadas
regras para grandes equipamentos de transportes, também foram criadas regras de
comportamentos e deslocamentos para as pessoas. O macro e o micro, com suas
devidas proporções. Cada ser tem uma travessia a realizar, uma carga e uma
missão a entregar. Cada um pode carregar pastas ou envelopes; sacos ou sacolas;
bolsas ou maletas; embrulhos ou pacotes. E regras entre pessoas podem estar
simplesmente descritas e simbolizadas no chão, sobre uma caçada ou um calçadão,
entre o meio fio e o paredão.
Em princípio partimos das
chamadas regras de comportamento e regras de boa conduta, contidas no
conhecimento da boa educação. O tempo e o lugar são definidos, com regras
próprias. Enquanto as cidades eram pequenas, e as famílias se conheciam,
primou-se por uma boa educação, que vinha de berço ou de casa. Enquanto as
crianças brincavam nas calçadas, nas ruas e nas praças, em terrenos baldios, o
espaço de convivência da garotada, cada qual deveria vir com uma educação de
casa, respeitando direitos e limites do outro. As brincadeiras infantis
realizadas nas ruas estabeleciam uma regra não escrita, mas respeitada, calcada
em respeitos e bens morais. Quem não sabe brincar não desce para o play.
A partir do momento que a
cidade cresce, a educação sai de casa para ser contida nos currículos
escolares. Agora as escolas, sendo o local da convivência diária entre a
população na idade escolar. A escola ensina seus alunos a andar e se comportar
nas ruas, com visitas a museus, monumentos históricos, e indústrias. Entram
educadamente em filas para acessos aos patrimônios públicos e nos sistemas de
transportes, que os conduzem da escola ao local a ser visitado. Com cantinas,
refeitórios e lanchonetes o comportamento nas refeições.
A idade escolar termina, e a
convivência da população passa a ser nas ruas. Volta para as ruas, e agora ruas
com um maior movimento, onde não é possível sentar na calçada, para uma
brincadeira de pique ou bola de gude. Agora a rua é um espaço de locomoção. A
pé ou de carro com regras de convivência, conveniência e locomoção. Sem uma
casa ou uma escola, o aprendizado adquirido ao longo do tempo dever ser usado.
Sem um controle de vigilância rígido, tudo que foi aprendido pode não ser respeitado.
Cabe ao poder publico estabelecer e cobrar as regras de convivência e
comportamento em grandes aglomerações. Cabe a cada cidadão cobrar e lembrar o
outro sobre os espaços demarcados.
Obter uma carteira de
habilitação requer saber ler e escrever; ter o conhecimento do código e leis de
transito; e principalmente educação. Habilidade na direção de um automóvel e
habilidade na interpretação de símbolos e desenhos no mobiliário urbano.
Um estabelecimento que ofereça
vagas para veículos na porta pode estar criando uma discriminação entre o que
tem um poder aquisitivo maior, e outro com um poder aquisitivo supostamente
menor. Ainda que ambos possam gastar em diferentes proporções, independentemente
de seu meio de locomoção. O estabelecimento erra por submeter ao pedestre
desviar de um carro ocupando um espaço desde a parede ao meio fio. Submete o
pedestre a disputar um espaço nas ruas, onde a princípio é um espaço destinado
ao carro, enquanto carros estacionam sobre calçadas um espaço destinado a
pedestres. Uma calçada ocupada por carros impede o ato de circular e negociar.
Atos que circulam pelas ruas o tempo todo.
O automóvel foi feito para
andar e circular. O proprietário que deseja manter seu automóvel parado, que
pare na garagem de casa, o local mais seguro e protegido para manter o carro
parado. Calçadas foram feitas para pedestres, para circular e acessar imóveis
residenciais, industriais ou comerciais. Pisos diferenciados determinam
pedestres diferenciados. Lembrando aquele ditado: Quem não sabe brincar não
desce para o play; quem não sabe usar o espaço público que fique em casa.
Natal, 01/02/15
Um
conhecimento que circula pelas ruas (4)
As palavras e as frases podem
separar as ideias, enquanto os símbolos podem unir as palavras, criando uma
informação e produzindo um conhecimento. Dando sentidos e objetivos desejados
com uma menor margem de erro, com uma menor possibilidade de duvida na interpretação.
Um texto pode ter interpretações diferentes, por pessoas diferentes que possam
ler o mesmo texto. A interpretação de um texto acontece na dimensão do
conhecimento de cada um. Vivemos um mundo de imagens com diversos símbolos e
representações.
Uma estrada vicinal sem
calçamento, sem acostamento e sem sinalização é o espaço para inferir um
conhecimento. Trafegar em uma estrada exige um conhecimento, ainda que a
estrada não tenha calçamento, com uma sinalização vertical ou horizontal. Um
conhecimento de quase todos, motoristas ou não, e a consciência de todos que
possuem uma carteira de motorista (CNH – Carteira Nacional de Habilitação), a
começar pelo lado certo de trafegar. Faz parte do conhecimento de uma grande
maioria, o comportamento e o direcionamento ideal e legal, o lado de ida e o
lado de volta. Direita e esquerda, mão e contramão, fluxo e contra fluxo.
Independente de uma linha divisória separando as pistas. Durante a noite em uma
estrada, um novo conhecimento: será fácil identificar o veículo que esta
trafegando no mesmo sentido ou em sentido contrário, bastando observar a
coloração de suas luzes de iluminação.
Ainda durante a noite podemos
diferenciar luzes fixas ou se deslocando no céu, diferenciar estrelas e
planetas, um satélite artificial deslocando-se entre as estrelas, e a passagem
de um avião em grande altitude. Enquanto durante as noites, na linha do
horizonte podemos avistar algum navio distante. As luzes acesas ou apagadas de
um navio podem identificar se o navio está fundeado, ou navegando. Basta
conhecer um pouco de regras de navegação e um pouco da geografia local, como a
existência de portos ou terminais marítimos, de cargas ou de passageiros. A
continuidade da observação pode levar o indivíduo chegar a conclusões.
O mesmo céu observado durante
a noite, ainda pode conter outros símbolos. Constelações que definem os signos
do zodíaco e uma constelação que pode ajudar a indicar uma direção, como o caso
do Hemisfério Sul, a constelação do Cruzeiro do Sul, que ajuda a definir a
posição geográfica do Sul. No Hemisfério Norte é a Estrela do Norte que define
a posição geográfica do Norte. Identificando a direção Sul ou Norte, os pontos
cardeais Leste e Oeste, serão também identificados. Durante o dia observando a
trajetória do Sol no céu, identificando o lado nascente e o lado poente, estes
pontos ajudam a localização dos pontos cardeais. Para alguns povos antigos a
presença das Plêiades no céu indicava o momento de semear.
Em uma estrada durante a noite
é possível observar e tirar conclusões. Partimos do princípio de conhecer as
luzes de um carro enquanto ele está parado, luzes dianteiras são diferentes de
luzes traseiras. Identificando assim a direção para onde trafega um veículo, em
uma estrada á noite. Pelas luzes vermelhas veículos seguindo na mesma direção;
ou veículos que vem em sentido contrário, com luzes brancas iluminando o espaço
à sua frente. Em qualquer parte do mundo estes princípios podem ser
identificados, funcionando como uma regra geral. Iluminações a frente do veículo
e iluminações por trás dos veículos. Caminhões longos possuem tarjas refletivas
nas laterais.
Poucas são as exceções de
direções, como o caso da mão inglesa que deve ser amplamente identificada. A
Inglaterra mantendo as tradições das carruagens manteve o volante dos carros no
mesmo lado onde se posicionavam os cocheiros, podendo então controlar os
passageiros que embarcavam ou desembarcavam, na carruagem. A posição dos
cocheiros influenciou a posição dos motoristas dos automóveis, e as mãos das
ruas. Fato semelhante aconteceu com os trens, sendo boa parte das estradas de
ferro brasileiras implantadas pelos ingleses.
Automóveis, trens, barcos e
aviões precisam de uma luz branca e clara para iluminar um caminho à frente,
tal como alguém em um ambiente escuro pode precisar de uma lanterna para
iluminar sua trilha ou o seu caminho. Primeiro usou-se tochas, uma fogueira ou
uma fumaça podem indicar um acampamento dentro da mata. De candeeiros e
lampiões chegou-se a uma lanterna à pilha com um foco direcional.
Automóveis foram construídos
com lanternas e faróis direcionais, para que lâmpadas acopladas em um espaço
ofereçam uma iluminação adequada ao deslocamento: as chamadas de lanternas para
uso em veículos parados, veículos em baixa velocidade e curtíssimas distancias,
com a possibilidade de uso do pica alerta em veículos parados; farol baixo para
distancias e velocidades pequenas e médias, como o caso de centros urbanos; em
estradas com maiores distancias com uma maior velocidade, o farol alto ou farol
de milha. Com maiores velocidades é necessário que feixes de luzes, cheguem
mais longe, possibilitando enxergar os perigos antecipadamente. A necessidade e
a comodidade estabeleceram regras de uso e regras de interpretação. Faróis de
neblina para estradas com grandes incidências de neblinas, foi um diferencial
adicional.
Aeroportos podem emitir sinais
luminosos varrendo e vasculhando o céu durante a noite, determinando o
posicionamento dos aeródromos e a altura das nuvens, como um alerta a aviação.
Aeroportos auxiliam aviões com os denominados holofotes, traçando feixes de luz
no céu. Barcos, trens e navios, alem dos sinais luminosos, utilizam sinais
sonoros nas chegadas e nas partidas. Alertando tripulantes e passageiros, sobre
seus próximos movimentos e acontecimentos.
Da mesma forma Igrejas se
utilizam de sinais e símbolos, símbolos e gestos religiosos durante a missa.
Tocam seus sinos, seus sinais sonoros, informando as horas e alguns
acontecimentos.
08/02/15 Entre Natal e Parnamirim.
Um
conhecimento que circula pelas ruas (5)
O comércio internacional criou
siglas de ampla compreensão como: FOB (Free On Board) ou FAS (Free Along Side),
e mais outras tantas siglas. Caracterizando algo em uma relação de compra e
venda. Um compromisso e um comprometimento de responsabilidade com a
mercadoria, dentro de uma embarcação (FOB), ou no porto junto ao costado de um
navio (FAS). E assim vamos criando símbolos e siglas de amplo entendimento.
Aqui um conhecimento do comércio exterior, que pode se estender ao transporte
de cargas rodoviárias.
A medida que o homem vai se globalizando,
uma nova linguagem vai se formando. Uma linguagem compreensível em qualquer
parte do planeta. Muitas das vezes sem critérios de reuniões e convenções. Esta
linguagem vai se formando por necessidades, visando criar facilidades com
fidelidades. As convenções podem acontecer entre países, de moedas e culturas
diferentes, e ainda assim vão visar um denominador comum entre as partes. Algo
que ambas as partes possam ler e entender, independente da diferença de
comportamentos, moedas e idiomas.
Da mesma forma que na educação
tradicional, com alunos sentados em bancos escolares, a nova linguagem também
chega a um grupo selecionado e elitizado. Um grupo que participa de uma
tecnologia de comunicação e conhecimento. A mais nova comunicação também chega
aos mais privilegiados, como aqueles que utilizam um avião, que seja em férias
ou viagens de negócios. E àqueles que possuem um automóvel, com uma facilidade
e oportunidades de usar com frequência. Assim supõe-se que todos aqueles que
possuem uma carteira de habilitação, estejam habilitados a reconhecer estes
sinais, ocultos e simbolizados nas ruas. Independente de um aviso ou uma placa
mais elucidativa. Entende-se que faz parte de seu conhecimento ao obter uma
habilitação. O bom motorista, ou o bom cidadão respeita as regras, as normas e
as leis, independente de uma vigilância ou fiscalização.
Todos os passageiros que
embarcam ou desembarcam em um voo, e até mesmo aqueles que vão acompanhar
passageiros em embarques e desembarques, já iniciam um primeiro contato com
este novo conhecimento, com siglas de voos e dos equipamentos usados para voar,
os modelos de avião. Escalas e conexões, cidades de destinos, origem e
procedência. Previsão de tempo. Tempo e temperatura em outras cidades por meio
de símbolos e desenhos. Fuso horário, turbulência e tempo de voo. Prioridades
de embarcar e desembarcar. O que pode ser levado como bagagem de mão, e bagagem
de porão.
Da mesma forma que uma
linguagem por sinais e símbolos chega aos utilizam um navio ou um avião, chegam
também aos que possuem um automóvel: Não estacionar em uma esquina; “Não
ultrapasse quando a primeira faixa a esquerda for contínua”; Não estacione em
locais onde o meio fio, bordo da calçada, for pintado na cor amarela. Em casos
específicos a linha amarela pintada no bordo tem poder de regulamentação.
Respeitar as placas de sinalização. Limites de velocidade em perímetro urbano.
Luz baixa ao cruzar veículo. O significado de um sinal de transito aceso, nas
cores: verde, amarelo ou vermelho. Como se comportar e circular em uma
rotatória. Redução de velocidade e não buzinar, ao passar em frente de escolas
e hospitais. “Atenção ao dobrar a direita, pedestres atravessando na faixa”.
Um conhecimento circula pelas
ruas. Uma linguagem circula peles ruas, inscrita nas vias e nos passeios
públicos, dentro daquilo que o CTB (Código de Transito Brasileiro), já prevê em
seu Artigo 181. Algumas questões sobre o estacionamento de veículos em via
pública. Inciso I: estacionar a menos de 5 metros das esquinas. Inciso VI: estacionar
junto ou sobre hidrantes de incêndio, registro de água ou tampas de poços de
visita de galerias subterrâneas quando eles estão devidamente identificados.
Inciso XI: onde houver guia de calçada (meio-fio) rebaixada destinada à entrada
ou saída de veículos. Inciso XIII: parada de ônibus.
Respeitar as vagas sinalizadas
para uso de idosos e portadores de deficiência. Situações que o habilitado deve
ter como teoria aprendida durante o processo de habilitação. E saber
interpretar e respeitar na pratica; pelas ruas, avenidas e esquinas.
22/02/15 - Entre Natal/RN e
Parnamirim/RN
Um
conhecimento que circula pelas ruas (6)
As grandes e destacadas,
reconhecidas e interessadas; as empresas comprometidas com a gestão da
qualidade de seus produtos, e a segurança de seus empregados (ou
colaboradores), seus visitantes e seus clientes; os seus participantes do dia a
dia. Tem algo diuturno a zelar, a vida e a segurança, a integridade de cada um
que frequenta suas instalações. Independente do tipo de relação ou
relacionamento entre ambos, pessoa e empresa. Independente das atividades entre
a pessoa física e a pessoa jurídica.
A empresa como pessoa
jurídica, a que tem obrigações e responsabilidades jurídicas, tem uma
responsabilidade sobre o cidadão como pessoa física, o que sofre danos físicos
do ambiente e pelo ambiente. A empresa como algo imaterial impõe ações e
condições, que podem causar danos físicos às pessoas que circulam na estrutura
física das mesmas empresas. Uma estrutura formada de ferro e aço, asfalto e
concreto; com máquinas e ferramentas; equipamentos, móveis e utensílios;
arranjos físicos e etc. Gerando barulhos e objetos, dejetos e rejeitos; riscos
e resíduos, sólidos e aerossóis, depositados no solo ou dispersados no ar.
Podendo então gerar para as pessoas presentes, riscos por agentes identificados
como: físicos, químicos, biológicos ergonômicos e mecânicos.
Independente de sua atividade,
a empresa quer seja primária, secundária ou terciária; plantando ou extraindo,
comprando ou vendendo, produtos ou serviços. Uma empresa que tenha relações de
compra e venda: uma produção agrícola, uma indústria, um comércio ou uma
prestação de serviços, e até uma instituição de ensino. Com atividades
classificadas de primarias, secundarias ou terciarias. Empresas que sejam
publicas ou privadas. Que a relação seja jurídica ou física, elas tem uma
responsabilidade com o ser biológico, a pessoa, com o cidadão e o meio ambiente
em que esta localizada, ou o ambiente que é oferecido ao ser que ali esteja
presente.
Os riscos oferecidos, e o
fluxo de pessoas é uma determinante para criar, confeccionar e exibir um mapa
para uma segurança. Um mapa de riscos que alerte os riscos detectados
antecipadamente. Prevendo e alertando os riscos possíveis e passiveis de
ocorrer. Cada local ou cada risco pode prever o uso de um EPI (Equipamento de
Proteção Individual) específico, e um máximo de atenção.
O Mapa de Riscos é a
representação gráfica em uma planta do local, dos riscos de acidentes nos
diversos locais de trabalho, inerentes ou não ao processo produtivo, devendo
ser afixado em locais acessíveis e de fácil visualização no ambiente de trabalho,
com a finalidade de informar e orientar todos os que ali atuam e transitam, ou
outros que eventualmente, cheguem ao local.
Quando além dos participantes
com vínculos empregatícios, outros participam de suas instalações, como o caso
de empresas atacadistas ou varejistas com a presença diária de clientes
transitando entre gôndolas e empilhadeiras, movimentação e empilhamento de
carga, com riscos de quebra e derramamento de produtos. O mapa de risco também
pode ser visto e analisado pelos clientes que passam diariamente por ali. Ele
deve estar em local acessível e visível a todos. E detalhado de modo
compreensível, com cores e formas, de acordo com o grau de risco, divididos em:
pequeno, médio e grande. Uma universidade tem uma grande aglomeração de pessoas,
com riscos diversos, deve possuir também seu mapa de riscos.
A cidade é uma empresa
administrada por órgãos e departamentos públicos, que por sua vez tem como
responsáveis os funcionários públicos. E os administradores eleitos
periodicamente tem uma responsabilidade de conduzir o funcionamento de uma
cidade. Eles atribuem regras e leis, cumprindo e fazendo cumprir o que foi
determinado. As cidades assim como as empresas possuem um grau de risco. E um
conjunto de riscos pode ser informado pelas ruas de uma cidade, com símbolos em
placas, e estampados no chão.
01/03/2015
Entre
Natal/RN e Parnamirim/RN
Um
conhecimento que circula pelas ruas (7)
As cidades assim como as
empresas, possuem um grau de risco em sua arquitetura. Riscos de locomoção e permanência
em seus espaços, e mais diversos que os riscos oferecidos por uma empresa, com
alguns até mais perigosos. E com menos alertas que uma empresa, e menos
treinamentos de situações de emergência e prevenção. Uma empresa disponibiliza
um mapa de riscos apontando estratégias de prevenção de acidentes, diferente de
uma cidade que não expõe seus riscos em um mapa. Riscos de acidentes com
ferimentos e lesões corporais, podendo evoluir para óbito.
Os riscos de uma cidade podem
não estar identificados, e consequentemente não estarem sinalizados. Ainda há
riscos que já foram identificados, mas não foram sinalizados ou alertados. Os
órgãos públicos devem sinalizar e amenizar os perigos a que o cidadão está
sujeito. Existe uma legislação que é indicada ao transito, e busca a segurança
do cidadão. Outras podem estar contidas nos códigos de posturas municipais.
Encontraremos regras e leis nas três instâncias: municipal, estadual e federal,
que serão mais efetivas com a educação provinda de casa.
Por vezes o automóvel pode ser
um EPI (individual evoluindo para coletivo), prevenindo e protegendo aos que
estão a bordo de alguns riscos. Mas por outro lado podem causar e criar novos
riscos, a quem passe na sua frente. Ou estacionando o veículo em local
indevido, colocando em risco a vida de outros. Daí surge leis e regras de
transito, a partir de uma educação e respeito ao próximo, criando espaços para
o mais resistente fisicamente diante o menos resistente fisicamente. Questões
físicas, químicas e biológicas, tal como no mapa de risco.
A elaboração de um mapa de
risco em uma empresa é um trabalho de modelo participativo. E são dotados de
soluções práticas. A sociedade urbana vai participando e colaborando na
construção de um mapa de risco na cidade. O que o setor público não constrói, o
cidadão vai construindo com seus recursos e conhecimentos. Visando assim
soluções práticas que objetivam a eliminação e/ou controle de riscos, e a
melhoria do ambiente; e das condições de uso do espaço público. A adoção desta
medida favorece aos cidadãos (com a proteção da vida, da saúde, e da capacidade
profissional e intelectual), e aos trabalhadores que como cidadãos transitam
por uma cidade.
A visão da segurança no
trabalho é a visão de que, quem ganha o trabalhador, na prevenção de acidentes
e de sua integridade. Mas ganha também o País, com a redução de gastos do
sistema previdenciário em virtude da aposentadoria precoce por invalidez, por
exemplo. Portanto também ganha a sociedade e órgãos ligados a sociedade, como
prefeituras e hospitais públicos, com remoção e internação de pacientes.
Aplicativos específicos para
aparelhos celulares vão aos poucos mapeando alguns destes riscos encontrados
nas cidades: como o risco de esperar indefinidamente um transporte coletivo. Os
aplicativos podem informar o tempo de espera para a chegada do transporte.
Aplicativos que definem locais perigosos, com a presença de meliantes. A mancha
criminal pode rapidamente ser atualizada por quem possua um tipo de aplicativo
com esta finalidade, informando um fato recente.
Um aparelho celular com
funções que vão além de ter a função básica de telefonar, já ganhou outras
funções: função relógio, agenda ou despertador, função de alertas de
atividades, função de rádio e aparelho de TV, função de intercomunicação. Ganha
agora uma nova função, um EPI ao alcance das mãos.
Como o setor público não cria,
e não atualiza o mapa de risco de uma cidade, a sociedade, vai montando de modo
virtual. O que corria de boca em boca, e era classificado como fofoca, corre
agora de mão em mão. Via sinais eletrônicos.
E os aparelhos telefônicos vão
se tornando um item obrigatório de segurança. EPIs – Equipamentos: de Proteção
Individual; de Produção/Promoção Individual: para os querem registrar tudo e
postar na internet; de Permissão Individual: para os controlados informarem
aonde vão e onde estão, informando o que estão fazendo, ou onde estão
comprando, e até se estão sacando dinheiro em banco. Enfim um aparelho
telefônico é um EPI - Equipamento de Propriedades Infinitas.
RN 08/03/15
Um
conhecimento que circula pelas ruas (8)
O espaço urbano é formado pelo
tracejado dos logradouros públicos, que podem ser utilizados e usufruídos por
toda a população. Espaços e vias reconhecidos pela administração do município,
com planejamento e implantação, limpeza e conservação. Espaços destinados à
circulação de veículos e pedestres, o local onde encontramos as diversas ruas e
avenidas, praças e largos; calçadas e calçadões, parques e jardins. Com espaços
e acessos especiais, para portadores de necessidades especiais: com
deficiências físicas, fisiológicas ou anatômicas, e com mobilidades limitadas
ou reduzidas, permanentes ou temporárias. Espaços imbuídos de uma vivência e
convivência colaborativa. Com práticas, estruturas e comportamentos inclusivos;
adaptados com comunicação suplementar e alternativa. Promovendo condições de
acesso e permanência no espaço. E assim espera-se que devam ser os espaços das
cidades com direitos e respeito a uma diversidade, um espaço plural.
As ruas são espaços
democráticos, onde circulam as pessoas livres. Livres de grilhões e livres de
preconceitos. É no espaço público que seguimentos diversos colocam seus
cartazes, expõem seus direitos e suas manifestações, políticas, partidárias,
ideológicas, institucionais ou culturais. E diante tanta diversidade e
pluralidade, este espaço deve ter regras, as suas convenções, para serem
cumpridas e respeitadas, contribuindo para acolher tanta diversidade.
O corpo tem suas expressões e
seus comunicados. Comportamentos e vestimentas, com faixas, cartazes e
bandeiras, refletem um anseio de uma manifestação, seja um grupo ou uma
população. É no espaço público com ordem e respeito que o povo exerce seus
anseios, seus desejos e seus direitos.
Projetar, construir e
estabelecer; reformar e restaurar o espaço público está a cargo da construção
civil, dentro da visão do desenho universal com normas e técnicas
estabelecidas. Garantindo a acessibilidade, respeitando e valorizando a diversidade.
A acessibilidade permite e
apresenta-se como a garantia ao acesso, não só simplesmente aos espaços
públicos, de logradouros, por onde se transita ou caminha. Mas também à saúde,
ao laser, ao trabalho, e à educação. Uma segurança para quem transita nos
espaços e equipamentos públicos. Bem como os espaços e equipamentos privados,
com o acesso de um público especifico. Garantindo o acesso às edificações e
outros ambientes acessíveis a todos, contribuindo assim para uma sociedade
justa e solidária.
A acessibilidade é um direito
de todos. E cada cidadão tem o dever de cobrar e promover um espaço onde todos
possam usufruir, com liberdade, igualdade e autonomia. As marcas e símbolos de
acessibilidade estão espalhados pelas ruas da cidade, com uma sinalização
vertical e horizontal. Basta compreende-las e respeita-las.
RN 15/03/15
Um
conhecimento que circula pelas ruas (9)
O conhecimento circula, e está
presente pelas ruas e ruelas da cidade. Segue como pegadas deixadas pelo
caminho, rastros e marcas que se deixa ao passar. Tal como as pegadas
ecológicas que o homem deixa ao transformar, alterar e modificar o ambiente. A
urbanização e transformação das cidades vão deixando registros históricos no
espaço e no tempo, no espaço público e no mobiliário urbano.
O conhecimento segue inscrito
e escrito pelas ruas com seus pavimentos e seus calçamentos. Transparece nos
detalhes observados por olhos atentos, em cada piso de rua ou calçada, muro ou
parede; ponte ou viaduto, todo o arruamento. Um olhar de Survey. Tipos de
desgastes em calçamento e pavimentação podem definir e caracterizar uma época,
e uma técnica utilizada. Marcas que podem caracterizar os tipos de transportes
que trafegaram pela via. Pisos com técnicas variadas e elementos diversos,
rígidos ou flexíveis, de acordo com tipos de transportes a serem utilizados, de
tração mecânica ou tração animal; movido por energia elétrica ou combustível.
De picadas, trilhas e caminhos, à estradas e avenidas, com pontes, pontilhões,
vielas e pinguelas.
Pavimentos resistentes ao
impacto e ao tempo podem contar e registrar uma história. Com registros de
épocas e eras: Épocas do Brasil Colônia, Brasil Império, ou Brasil República,
chegando a uma Nova República; Era da cana-de-açúcar e Era do Ouro. E agora a
Era do Conhecimento (Wi-Fi free); Todas as eras podem ser investigadas,
inspirando e obtendo um conhecimento. Eras que podem estar descritas no tipo de
calçamento. Um piso remete a uma época e a uma história. Uma leitura de livros
clássicos da literatura nacional poderá ajudar a identificar algumas
variedades. Pé de moleque, pedras portuguesas, pedras de mão e pedra sabão; e
outras tantas pedras diversas. Paralelepípedos, asfalto, bloquetes de concreto,
encaixados ou sextavados; ou simplesmente só concreto; massas e argamassas. São
alguns tipos de calçamento que cobriram antigos caminhos de barro, de terra, de
areia, ou de cascalho.
Pedras coloridas ou com cores
pintadas. Com linhas continuas ou tracejadas, sobre a pavimentação são outras
dicas de identificação. O elemento marcador e divisório, chamado de guia ou
meio-fio, define um limite e um espaço, para meios diversos. Com um
rebaixamento, torna-se outro elemento de identificação. Pintado de amarelo uma
nova informação.
Calçadas de concreto, ou
calçadas com pedras portuguesas definiram os espaços para os pedestres, com
toques de épocas e de colonização. Azulejos estampados e coloridos, coloniais
ou imperiais, contam parte da história da cidade, com influencias estampadas.
Igrejas, catedrais e capelas; portas e janelas, também contam a história de uma
cidade. Arcos e portais; marcos, paços e placas. Palanques, palcos e coretos.
Santos e santas podem explicar uma devoção católica, enquanto outros orixás
traçam influencias históricas. Tudo começa a partir do marco zero, ou no
denominado local de fundação da cidade.
Mercados municipais, a reunião
de alimentos e condimentos. Mantimentos e elementos para caça e pesca. Artigos
para plantação, irrigação e criação. E alimentos prontos para uma consumação.
Os mercados municipais reúnem um conjunto da representação cultural do local.
Bebidas e comidas, poesias e cantorias, degustadas e entoadas nos mercados,
definem um perfil cultural.
Bustos e arbustos em praças
contam uma história, e preservam uma memória. Lâmpadas e lampiões, postes e
muradas. Bancos e calçadas, balaustres e arcadas. Trilhos de bonde deixaram
trilhas aparentes sobre um calçamento. Antigos itinerários de moradores e
trabalhadores, turistas e veranistas. Tudo é um registro histórico, de uma
época ou de um governante, de uma técnica ali criada ou importada. Tudo
disponibilizado a quem passa, observa e investiga.
Cada cidade tem uma história
para contar, a cidade conta suas histórias aos seus visitantes que com olhar
atento podem observar cada detalhe, cada entalhe de suas pinturas e esculturas
espalhadas pelas ruas. Cata atalho que um dia se torna uma rua. Outros
conhecimentos mais elitistas, mais reservados e preservados, vão ser
encontrados em lugares fechados, como museus, armários e bibliotecas.
RN, 22/03/15
Um
conhecimento que circula pelas ruas (10). Quatro e Quarenta, Quarentena e
Quaresma
As religiões foram buscar
argumentos e elementos na mitologia, na filosofia e na poesia. Assim como
também na geografia e na geometria. No final as retas se encontram no infinito.
Ciência e religião são duas retas paralelas, que se encontram no infinito.
São quatro os elementos: água,
terra, fogo e ar, com visões orientais e ocidentais, visões religiosas e visões
filosofais. Quatro são as estações do
ano. Também são quatro as principais direções geográficas. E quatro pontas tem
uma cruz, tal como as diagonais de um quadrilátero, que tem quatro lados e
quatro ângulos.
Cada cruzamento entre duas
ruas lembra uma cruz, e mostram quatro direções. Ruas com postes que
originalmente lembram a forma de uma cruz, e podem possuir uma luminária ou uma
lâmpada, o símbolo das ideias e a solução para a escuridão. A partir da luz
chegam as ideias. Deus criou a luz e viu que ela era boa, e fez novas criações.
Postes iluminados levam energia elétrica e sinais telefônicos, a tecnologia
necessária de suporte, para a informação e o conhecimento. Há um conhecimento
oculto em cada duas retas que se cruzam. Da cruz surgiram o alicate, a tesoura
e outras ferramentas. Com mistério, por arquétipos ou por simples repetição, e
falta de imaginação, repetimos sempre o uso da cruz. Coordenadas e abscissas,
latitudes e longitudes, pares de retas que se cruzam em cruz, determinando
pontos gráficos e geográficos.
A igreja cultua e promove o
mistério e a simbologia da cruz. Há uma simbologia e um conhecimento por traz
do número quatro, com suas proporções e suas variantes ortográficas, engenhosas
e arquitetônicas. Mastros em forma de cruz seguraram velas em caravelas,
descobriram novas terras e novos conhecimentos. Aviões que lembram uma cruz
cruzam os céus transportando conhecimento. Passageiros viajam levando um
conhecimento e retornam portando um novo conhecimento, a partir de novas visões
e novas interpretações, observadas e vivenciadas nos seus destinos, com
embarques e desembarques. Computadores tem informações embarcadas.
Moisés passou quarenta anos
peregrinando pelo deserto. Jesus passou quarenta dias vagando no deserto. Cada
um deles viveu o seu deserto. Um deserto físico e geográfico, e um deserto
mental. Geografia e psicologia, com a anatomia e a biologia do corpo humano.
Desertos que trouxeram visões e missões a cada um deles. Enquanto Jesus e
Moisés fizeram sua quarentena no deserto, Antônio Conselheiro fez a sua pelo
sertão. E talvez Noé em uma arca. Moisés conduziu um povo pelo deserto. Noé
conduziu e protegeu a família e os animais sobre a água. Conselheiro reformou
igrejas e cemitérios por onde passou no sertão. E Jesus fez as suas reflexões,
tal como Moisés e Antônio Conselheiro, também fizeram. Cada qual com as suas
quarentenas e suas geografias. E cada um deles adquiriu conhecimentos em seus
caminhos. Depois de seus desertos e sertões, imensidões de águas, voltaram e se
fixaram; acomodaram-se em um povoamento, para transferir seus conhecimentos e
seus discernimentos.
Navios com ocupantes
infectados são colocados em quarentena quando chegam a um porto. E quando
provenientes de regiões contaminadas, ficam afastado dos portos cumprindo uma
quarentena. Quando há uma suspeita de epidemia à bordo, uma suposição ou
suspeita de que seus ocupantes: seus imigrantes e tripulantes estejam
contaminados, a quarentena é uma estratégia de prevenção de uma nova
contaminação. A quarentena é o tempo suficiente para uma cura ou
manifestação.
Nos tempos das mesinhas e dos
chás, com ervas e raízes, com purgantes e laxantes. Quarenta dias eram
indicados para uma convalescência de pós-parto ou pós infecção. Um tempo
necessário para uma recuperação em um momento pós-traumático. Doentes e
convalescentes ainda passam por quarentenas, para vivenciar as emoções
proporcionadas por doenças e isolamentos. Símbolos físicos associados a
símbolos mentais. A doença é o caminho para a cura, depois de uma de uma
somatização de emoções e sentimentos.
O tempo da quaresma vai da
Quarta-feira de Cinzas até a Quinta-feira Santa. É formada pelos domingos da
quaresma, e o quarto domingo recebe o nome de Domingo da Alegria. O período de quaresma é repleto de símbolos
pelas ruas e pelas casas, em supermercados e igrejas. Quarenta dias cheios de
símbolos e conhecimentos. As ruas, os mercados e a lojas se enchem de símbolos
que se identificam e transmitem um conhecimento. A páscoa marca um ritual de
passagem para novos acontecimentos e conhecimentos.
O domingo que antecede a
Páscoa é o Domingo de Ramos, relembrando o dia em que Jesus entrou festivamente
em Jerusalém, pouco antes de sua morte, quando ia comemorar a páscoa, com seus
discípulos. E nos dias de hoje, nos Domingos de Ramos, é possível ver pelas
ruas, pessoas saindo da igreja com ramos de galhos na mão, depois da missa
dominical. Ao entrar na cidade Jesus foi aclamado pela população, que acenava
agitando ramos de oliveiras e palmeiras.
Na festividade denominada
Panatenéias (Mitologia), em honra de Minerva (a deusa do conhecimento e
sabedoria), os velhos traziam na mão ramos de oliveira, em procissão solene,
com a participação de pessoas de outras idades.
A pomba é considerada como
símbolos de paz, harmonia, fraternidade, amor e amizade, esta representada pela
colomba pascal em forma de alimento sobre a mesa. A pomba serviu como um canal
de informação e conhecimento para Noé. Os ovos de páscoa, com seu modelo mais
comum, feito de chocolate e recheado de balas e bombons, representam o símbolo
da vida nova, o que esta prestes a nascer.
O vinho simboliza o sangue de
Cristo, enquanto o pão representa o seu corpo. Os vinhos provem das uvas que
podem ser pisadas, para extrair seu sumo, um caminhar sobre as uvas. As uvas
unidas em seus cachos perfeitos lembram a forma de um coração. E as uvas
separadamente, brancas ou vermelhas, lembram os glóbulos brancos e vermelhos
que circulam no sangue. O pão que é consumido diariamente é um símbolo
constante na igreja. Símbolos que proporcionam um conhecimento. O conhecimento
está circulando pelas ruas, em terras de Santa Cruz, Nova Cruz e Vera Cruz, a
verdadeira cruz.
Natal/RN – 29/03/15
Um
conhecimento que circula pelas ruas (11). A Grande Natal como case de
conhecimentos
A Região Metropolitana de
Natal, também conhecida como Grande Natal, é formada por dez cidades ou
municípios: Ceará Mirim, Extremóz, Macaíba, Monte Alegre, Natal, Nísia
Floresta, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, São José de Mipibu e Vera Cruz.
Os municípios de Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Macaíba e Extremóz estão
localizados no entorno geográfico, junto aos limites da capital Natal, fazendo
divisa com o município sede estadual, a capital, a cidade de Natal. Enquanto os
outros municípios: Ceará Mirim, Nísia Floresta, São José de Mipibu. Monte
Alegre e Vera Cruz, fazem divisa com os municípios circunvizinhos à capital.
Circulando e movimentando-se entre as citadas cidades, vamos obter informações
e conhecimentos. Fatos passados e atualidades sobre a história da região. É
possível encontrar um saber e um conhecimento nas ruas e avenidas dos
municípios. Em rodovias federais e estaduais, em BRs e RNs, em pontes e
viadutos, marcos e portais.
A proximidade e a
interatividade das pessoas entre as cidades provocam uma interatividade
trabalhista e turística entre os principais municípios estaduais. Traz uma
ideia ao morador e ao trabalhador; ao visitante e ao viajante: ao turista, ao
veranista, ao andarilho, e ao mochileiro. A ideia de que as atividades de lazer
e entretenimento, divulgadas e encontradas, estão todas incluídas na cidade
capital. E na verdade elas podem estar
pulverizadas: espalhadas e inseridas aqui e ali na Grande Natal, a região
metropolitana, a metrópole de Natal.
Um turista passageiro, ao
chegar por via aérea, no aeroporto de Natal (NAT), antes da Copa 2014
desembarcava em um aeroporto localizado em Parnamirim. Com a inauguração do
novo aeroporto passou a desembarcar em São Gonçalo do Amarante. Daí que o
aeroporto designado como de Natal, identificado na passagem aérea como NAT, uma
sigla internacional, não era localizado, e continua não instalado no município de
Natal. Antes o aeroporto era denominado de Augusto Severo, um nome relacionado
à aviação, e agora denominado de Aluísio Alves, um político da história local.
Fatos acontecidos na história, e elementos permanentes na memória fazem
entender que a Grande Natal é a cidade de Natal, ou vice-versa. Um limite
geográfico que escapa aos olhos e aos desejos de quem chega para conhecer a
cidade e seus arredores, seus pontos turísticos divulgados como cartões
postais.
Das dunas de Genipapu à lagoa
de Camurupim, com direito a visitar o citado como maior cajueiro do mundo, são
atividades que englobam alguns municípios, da Grande Natal. Da Ponta do
Calcanhar à Ponta da Canela passando pelo Morro do Careca e pela Praia de
Cotovelo; ou de São Miguel do Gostoso, a dezenas de quilômetros ao norte de
Natal à Pipa, a dezenas de quilômetros ao sul da capital, uma infinidade de
municípios na costa do litoral norte-rio-grandense, dentro e fora da Grande
Natal.
O martirólogo regional está
presente com fatos na localidade de Cunhaú (16/06/1645) localizado atualmente
em Canguaretama, como também na localidade de Uruaçu (03/10/1645), localizado
atualmente em São Gonçalo do Amarante. Fatos de ataques e massacres registrados
na história norte-rio-grandense. Fatos lembrando a presença holandesa, uma
presença sem grandes heranças culturais. Uma presença também passando pelo
Forte, que dá o nome a uma praia, e faz uma defesa turística atualmente, na
entrada do porto e da cidade. E ao longo da história, fatos e mitos ficaram
registrados como acontecidos em Natal. Atravessando e investigando os
municípios descobrem-se onde os fatos aconteceram e onde foram registrados.
No consenso geral e na
conversa casual, toda a atual, a Região Metropolitana da cidade de Natal, pode
ser considerada como Natal ao longo da história. Os momentos que marcaram a
história estão registrados como acontecidos em Natal. A cidade como referência
nacional e internacional. A ocupação por holandeses, a chegada dos franceses e
a ocupação pacifica pelos americanos. Primeira cidade a tomar Coca-Cola,
primeira a mascar chiclete, a primeira a usar óculos escuros, e mais outras
histórias, ficou registrado como sendo em Natal.
Com o tempo e um aumento da
população, e o fracionamento do território, foram se criando outras cidades,
mudando divisas municipais. Muitas histórias e influencias foram deixadas em
Natal, ou na Grande Natal. E se os holandeses pretendiam estabelecer a Nova
Amsterdã, ocultamente ficou estabelecido na sigla internacional NAT - New
Amsterdam Terminal.
O elefante é um símbolo de
memória. E o contorno do estado lembra a silhueta de um Grande elefante. Grande
Natal, a capital de um elefante de conhecimentos: Salt Lake City (Lagoa
Salgada), Barcelona, Macau, Equador e Alexandria. Da cidade de Venha Ver, próximo
a divisa com o estado do Ceará, na tromba do elefante, à cidade de Passa e
Fica, na divisa com o estado da Paraíba, regiões fora da Região Metropolitana
de Natal, uma infinidade de conhecimentos são encontrados por ruas e estradas.
Nas estradas do estado
encontramos placas com informações turísticas; placas com limites de
velocidades, placas indicadoras de municípios, e placas com limites geográficos
e administrativos entre os municípios. Votos de boas-vindas e votos de
despedidas por placas ou painéis; ainda encontramos monumentos ou pórticos que
caracterizam o presente e o passado, a história viva da cidade. Uma história
construída nas ruas. A história fora da academia, a história que a academia se
apropria como sendo seu conhecimento. Um conhecimento pesquisado e produzido. A
academia tabula e organiza cronologicamente o conhecimento que é produzido nas
ruas. A cultura e a história que emana do povo, com o poder que tem o povo, de
fazer e mudar os rumos de sua história. Um povo armado de mentes pensantes e
minicomputadores nas mãos.
RN 05/04/15
Um
conhecimento que circula pelas ruas (12). A cidade de Natal como case I
Enquanto não se consegue ter
uma linha de ônibus com conforto, comodidade, regularidade e pontualidade,
entre Santos Reis e a Redinha; por via aérea tenta-se criar um voo para ligar
Natal (NAT) à Miami (MIA) e Buenos Aires (EZE); e tops models anunciam em redes
sociais seus embarques para Dubai (DXB). Mais um fato a ser acrescentado em
Dicotomia Natalense (texto de 2012). A necessidade de poucos, do salto
quantitativo e qualitativo: de São Gonçalo do Amarante para o mundo. Enquanto
uns procuram dar um salto por via aérea entre continentes, outros não conseguem
dar um salto sobre um rio, para se levantar e mudar de margem: da Redinha ao
Forte, sair da redinha para chegar a um ambiente forte. Reina a definição
clássica de rivalidade, daqueles que estão nas margens opostas de um rio
(river). Aqui a separação da Zona Norte com o resto da cidade.
A cidade de Natal vem
crescendo e adquirindo hábitos de cidade grande, determinando assim um campo
(no olhar de Bourdieu), para ser estudado e analisado. Com os hábitos surge o
habitus (idem), individual, coletivo e social. O comportamento da sociedade, e
de cada de cidadão. A cidade no coletivo e cada um no individual juntando
forças para evitar uma histerese (idem), ao mudar de hábitos. O medo e o receio
de perder um espaço ou um status conquistado. A falta e carência de
resiliência, da cidade e seus cidadãos. Não admitem mudar seus paradigmas, em
busca de novas metamorfoses.
Natal já foi dita como a tal,
quando se dizia que havia um poeta em cada rua, e em cada esquina um jornal. O
conhecimento circulava de boca em boca e de mão em mão, pelas palavras de um
poeta e pelas mãos de um gazeteiro. O conhecimento ainda circula nas ruas e
pelas mãos, para quem tem um celular conectado e linkado. Poetas se reúnem
agora em locais fechados na tentativa de resgatar uma época de conhecimento
pelas ruas. Criaram a SPVA - Sociedade de Poetas Vivos e com atividades Afins,
um ato merecedor de um espaço, e de um prêmio Nobel local.
Professores da Universidade
Federal criam grupos, em cursos de extensão, para discutir, debater e
desenvolver o que parece ser um problema atual e mundial, a água: com seus usos
e reuso. Mudam seus pontos de vistas e rompem com seus paradigmas, saindo de
uma visão heurística para um olhar holístico, olhando o ser humano como parte
integrante do meio ambiente. Educadores transformam-se em multiplicadores do
conceito de convivência urbana e social, com um foco de preservação do ambiente
e da espécie. Enquanto um grupo discute um futuro do planeta, o Jet set está
preocupado com a última moda para vestir o corpo, e como circular nas ruas
sobre quatro rodas com suas SUV, um conceito artístico e automobilístico de
veículos esportivos e utilitários. Pelas ruas motoristas solitários, com
veículos incompatíveis com a largura das ruas, e o tamanho das vagas.
Incompatíveis com o momento social e atual.
A mídia incentiva a reduzir o
tempo gasto em um banho, enquanto regatos de água colorida desembocam em
bueiros, junto ao meio fio. Com suas nascentes em duchas de água quente de
confortáveis poltronas em salões de beleza, com ar refrigerado, cafezinho e
água gelada, com nomes de compreensão e grafia internacional (Studios e
Coiffure). Belas e confortáveis casas residenciais e comerciais são construídas
com a mais alta tecnologia objetivando um conforto a seus moradores e clientes,
mas não possui um elemento básico, o saneamento, um sistema utilizado desde os
tempos da Grécia antiga.
Alguns personagens natalenses
com seus capitais patrimoniais insistem em acreditar que seus bens materiais,
venham os colocar em posições de grandes detentores de capitais intelectuais e
comportamentais. Vivem no modelo antigo dos privilégios políticos daqueles que
tinham um capital financeiro, e aplicavam um coronelismo. Exercem uma violência
simbólica, ainda que não consentida por todos, os oprimidos. Os que não se
oprimem lutam e brigam pelos seus direitos e seus espaços.
Natal vive atualmente o caos
dos engarrafamentos. Um excesso de carros circulando em ruas e estacionados
sobre as praças e calçadas. O crescimento de uma cidade traz problemas para uma
cidade não planejada para crescer. A cidade cresceu com seus antigos
habitantes, e inchou com a chegada de novos imigrantes. O resultado de uma
propaganda nacional e internacional com apelo turístico. Natal sempre buscou
atrair turistas sem reforçar sua infraestrutura. Apostou no visual e na beleza do
natural, sem investir em acessibilidade, ou transporte intermodal.
Uma cidade que viveu sempre o
presente com os olhos no passado. Vive de seus arquétipos, das presenças
estrangeiras. Ainda que ventos e correntes marítimas tenham trazido
conhecimento e informação, ao longo de sua história, aos habitantes do
local. Os ventos e as correntes
marítimas trazem chuvas e embarcações; trazem ideias e inspirações chegam pelos
novos ares que refrescam a cidade. A doce brisa marítima, com ciência e
tecnologia. Uma demanda demográfica demanda novas ideias.
Personagens urbanos saem do
interior, mas o interior continua contido neles. Câmara Cascudo produziu um
conhecimento porque estava bem posicionado geograficamente. Com inúmeros
convites nunca quis deixar a cidade em que nasceu. Foi conhecido como o Luis de
Natal. Em Natal nasceu, em Natal viveu e em Natal encantou-se.
Excesso de automóveis que
ocupam ruas e calçadas. Veículos que atrapalham o transito e engarrafando
ideias. Isolam pessoas dentro de um carro, fechado com ar condicionado, que não
observam os detalhes das ruas. Com seu isolamento não se dão conta do que
acontece nas ruas, somente à sua frente. Um programa sem replay, apenas em
alguns segundos pode ser visto pelo retrovisor, alo que aconteceu na pista
contraria ou algo preste a acontecer em sua pista, se for ultrapassado pelo
veículo carro que o segue.
Nos intervalos para comerciais
em sua tela que funciona como para brisas assiste os reclames comerciais
expostos em outdoors e busdoors, mais os painéis laterais em ônibus e caminhões,
faixas e cartazes. Um semáforo faz uma contagem regressiva para o reinicio do
programa que desfila na tela à sua frente.
RN 12/04/15
Um
conhecimento que circula pelas ruas (13). A cidade de Natal como case II
A cidade de Natal quando
avistada de longe na costa marítima, será possível também avistar o farol de
Mãe Luiza, uma referência no transporte marítimo que avisa perigos, e emite
sinais aos navegantes, com seu poder de iluminação de longo alcance, com uma codificação
em sinais de luz. Um farol tem uma mensagem marítima. Entre a Europa e a
América do Sul, Natal um primeiro porto para navios aportarem em território
brasileiro. Quando não existia o farol, talvez navegantes desorientados em
Touros/RN chegaram, onde eles deixaram um marco de sua passagem e desembarque
no local, o marco de Touros.
O farol de Mãe Luiza tem
muitas histórias e estórias para contar, por seus olhos que alertam navios, e
com seus filhos a seus pés, no topo do morro com o mesmo nome. A começar por
uma mãe chamada Luiza, que lhe deu o nome, ao morro e ao farol. Tornou-se mãe
de todos que habitam o local. Regiões de baixios, alagadiços, cheias de mato e
mosquitos (maruins), tal como os morros, são os locais onde moradores
capitalizados não querem se instalar. Restando aos que tem uma menor renda e
menor condição. Restam os lugares íngremes e insalubres, para os que sem
condições, querem perto do trabalho e perto da cidade ficar.
A ocupação do morro de Mãe
Luiza, tem semelhanças a outras histórias em outras cidades. Tal como em outras
cidades foi uma opção de moradia para famílias de baixa renda que optaram em
morar e ficar bem próximas da cidade, em locais desprivilegiados e desprezados
por quem tinha a opção e a condição de escolher. A princípio os morros nas
cidades, são desprezados pela ocupação e especulação imobiliária. Restando ser
a uma ocupação irregular por pessoas com orçamentos reduzidos. Pessoas que
trabalham nos centros das cidades, e fazem a opção de morar perto de suas ocupações,
e mantendo assim algumas de suas tradições. Economizando tempo com
deslocamentos, e dinheiro com transportes. Um dia um grupo privilegiado pode
olhar com outros olhos, e aquele lugar escolher para morar. E de tudo iram
fazer para aquele lugar ocupar.
Natal/RN tem o Forte do Reis
Magos como guarita em sentinela em sua entrada fluvial e marítima. O caminho do
Rio Potengi como entrada para navegantes avançarem para o interior; obterem
obter água doce e potável, e o caminho para adentrar o continente. O Forte em
forma de estrela guarda em sua engenharia e arquitetura o relato histórico das
suas ocupações. Sendo o Forte dos Reis Magos, localizado junto ao bairro de
Santos Reis, a cidade de Natal evidencia uma forte tendência aos costumes e
regras da igreja católica. Ainda que o Forte e a cidade aguardem proteção,
amparos e reparos.
Seguindo um pouco mais
adiante, subindo o rio, as marcas de ocupações mais recentes. A era da
navegação aérea instalou a Rampa, cenário de uma ocupação tecnológica e
cultural de um determinado tempo. Um local histórico de encontro de
presidentes, do Brasil e EUA. A arquitetura com arcos e as varandas na
construção determinam um estilo de uma época. De um lado, uma margem, a Rampa
com características americanas, e do outro lado, na outra margem, o cemitério
dos ingleses. Em ambos os lados, ambas as margens, o mesmo idioma, entre
americanos e ingleses.
Na Ribeira, parte antiga da
cidade ainda é possível identificar: um teatro tradicional e antigo; a antiga
estação rodoviária e ainda funcionando uma estação ferroviária. Com traços de
evolução na utilização de um novo transporte sobre trilhos, o VLT – Veículo
Leve sobre Trilhos, em contraste com velhas locomotivas arrastando cacarecos,
ainda chamados de vagões de passageiros, que com a baixa tarifa, quase
insignificante, fica difícil aos passageiros reclamarem.
Ainda na Ribeira, a companhia
das docas e o porto marítimo, com cargas e as descargas dos navios, mais uma
estação marítima de passageiros. O moinho de trigo e seus silos, cenário muito
comum em cidades com portos, caracterizando a dependência do trigo importado.
Os bairros da Ribeira, Rocas e Santo Reis formam um extremo da cidade fazendo
esquina com o rio e o mar. Encontramos nesta esquina um Forte como uma
sentinela e guardião da cidade, e vestígios da chegada de passageiros,
estrangeiros e aventureiros por via marítima. Em outras partes da Ribeira,
outros sinais evidentes de chegadas: por via terrestre (ferrovia e rodovia),
por via aérea, e por via fluvial. Em um lugar um tanto distante da Ribeira, o
embarque aéreo internacional (São Gonçalo do Amarante) e o embarque espacial
(Barreira do Inferno).
Os portugueses descobridores e
colonizadores buscaram esquinas de mar para se instalar. Rio Grande do Norte e
Rio Grande do Sul, e no Rio de Janeiro, por supor que a entrada da Baia de
Guanabara fosse um rio. Em uma época histórica o território uruguaio pertenceu
a território brasileiro, e o Uruguai também faz uma esquina com um rio e o mar.
A foz do Rio da Prata, a confluência de alguns rios. Esquinas de rios com o
mar, semelhanças e lembranças do Rio Tejo. Memórias que ficaram registradas na
memória e na história. Arquétipos do comportamento e da história de nossos
denominados descobridores, catequistas e depois colonizadores.
Hoje as lembranças e memórias
são e estão inscritas e grafadas nas ruas, nas praças e avenidas. Histórias
mais recentes com novos tipos de comportamentos e outros modelos de transporte.
Resultados de miscigenações, culturas e tecnologias. Em Natal uma ponte estaiada
sobre o Rio Potengi liga a ocupação do passado com a ocupação recente do
presente. Ocupações desordenadas fazem divisas com ocupações mais organizadas
de ambos os lados.
Na linguagem, no uso e no
abuso popular, a cidade está unida e dividida por uma ponte. E separada por um
tempo, e uma cultura. Quando se diz que de um lado da ponte fica Natal e do
outro lado da ponte é a Zona Norte.
Um
conhecimento que circula pelas ruas (14). A cidade de Parnamirim, na Grande
Natal, como case de conhecimento
Pesquisadores americanos e
holandeses, recentemente fizeram algumas pesquisas comportamentais com
crianças, e Natal já foi criança nas mãos de americanos e holandeses. Os
pesquisadores descobriram, entenderam, ou perceberam que crianças muito
elogiadas tendem a ter comportamentos narcisistas, e Natal já serviu de moradia
com ocupação de americano, holandês, e mais outros povos que teceram muitos
elogios ao local. Elogios por suas belezas naturais e posições estratégicas.
Natal já foi elogiada e desejada, para ser usufruída e ocupada, talvez seduzida
ou induzida. Um ponto estratégico, esquina de um rio com o mar, e esquina do
continente com o oceano. Um espaço geográfico que já foi tomado, disputado e
ocupado, por povos: primitivos, descobridores, catequizadores, colonizadores,
exploradores e invasores.
Em um breve passeio de barco
na desembocadura do rio Potengi, (barco escola Chama Maré), observamos
instalações e vestígios de forças armadas: marinha, exército e aeronáutica. Ao
longo da sua história o delta do Potengi com manguezais e gamboas teve
ocupações estratégicas: indígenas e não indígenas, civis e militares,
turísticas e culturais. Estrangeiros mortos fizeram sua última morada ali.
Como as cidades são compostas
por pessoas com comportamentos individuais, as cidades têm comportamentos
resultantes do universo comportamental coletivo, dos seus ocupantes temporários
e fixos. Uma análise psicossocial e histórica de uma cidade é a análise da
cidade como um indivíduo, influenciado pelo meio em que viveu, pelas histórias
que passou, pelos povos que acolheu. Ao longo da história Natal também tem um
comportamento narcisista, dos mitos de Eco e de Narciso. E sofre com as ações
das águas doces e salgadas, de chuvas e rios, ondas e marés, lagoas naturais e
artificiais. Narciso exaltado com sua beleza mergulhou em um lago em busca de
seu reflexo e afogou-se. E se narciso natalense não vai buscar seus reflexos
nas águas as águas vêm para mostrar seu reflexo narcisista, nos espelhos das
laminas d’águas marítimas e fluviais, lacustres e pluviais. E Eco repete por
diversas vezes as frases ditas.
Natal perde seus espaços, mas
não perde um discurso turístico de ter belezas naturais, que turistas nacionais
e estrangeiros um dia elogiaram. Perde seus voos e tenta recuperar com redução
de impostos estaduais no QAV, o querosene para aviação. E está sempre a
repetir, na tentativa de em um eco, não deixar de existir. Perde qualidade de
vida, e promete oferecer uma vida melhor no espaço de breves e longos anos.
Acreditou nos legados da Copa, e agora o estado não tem recursos para criar os
novos elefantes deixados. Elefantes brancos que estão espalhados na cidade
aguardando novos desportistas mundiais chegarem. Natal convive com espaços
urbanos, e não possui área rural. Tem trilhos, mas não tem trens. Tem berços
portuários e carece de navios. É rota de aviões entre os hemisférios, aviões
que sobrevoam, mas não entram nas estatísticas de pousos e decolagens.
Muitas das belezas naturais
apresentadas como pertencentes à Natal estão localizadas em outros municípios.
Natal não tem uma longa área praiana e também não tem área rural, não tem
serras ao seu redor. Seu território todo ocupado, é predominantemente de modo
urbano, de cobertura pétrea e asfáltica, e outros recapeamentos viários. Com
algumas ocorrências de matas nativas preservadas. As divisas entre os
municípios circundantes estão escondidas em praças e ruas, com placas
escondidas na paisagem urbana, a selva de pedras com trilhas asfaltadas.
Parnamirim é uma cidade
vizinha á capital estadual, contigua de Natal, possui região urbana e rural.
Por vezes quase se confundem ─ Parnamirim e Natal ─ ao ponto de uma parte, ou
toda Nova Parnamirim, um bairro de Parnamirim ser conhecida como Nem. Nem daqui
e Nem de lá. Não se sabe muito bem se pertence a Natal ou a Parnamirim, criando
uma dúvida entre nem ser daqui ou nem ser de lá. Ônibus que se destinam e
partem do Nem, expõem em seus letreiros, de origem e destino: Cidade Verde,
Eucaliptos e Nova Parnamirim, chegando e partindo todos, do mesmo terminal.
Coletivos que partem de Parnamirim para fazer um tour em Natal, um bate volta
passando primeiro pelo Alecrim ou pela praça (Cívica).
Embora a história cite a
participação de Natal na Segunda Guerra Mundial, muito desta geopolítica está
localizada em Parnamirim. As ruas e avenidas podem afirmar esta história com
temas e frases expostos nas laterais de ônibus lembrando títulos da
participação na guerra, e nomes de empresas de transporte coletivo: Trampolim
da Vitória e Parnamirim Feeld, títulos dados a Natal na história, mas na
geografia atual encontramos em Parnamirim. A cidade que um dia já teve nome de
brigadeiro e ministro da aeronáutica: Eduardo Gomes. Uma cidade com zona urbana
e zona rural, paisagens litorâneas e paisagens de roça. É possível viver, ou
ter casas no campo, na praia, ou na cidade.
A cidade de Parnamirim tem um
olho no passado e outro no futuro, ou um olhar para terra e outro olhar para o
céu. Cidade que sediava o antigo aeroporto internacional da capital. Tem na
entrada do antigo aeroporto um carro estacionado modo irreverente e inusitado,
anunciando que quando começar a circular vai seguir as mesmas rotas foguetes.
Parnamirim tem planetário e
ares de cidade aeroespacial. Nome indígena com um olhar para a casa de Tupã e
Jaci. Na Rodovia do Sol não há quem não queira parar ao ver ao lado da estrada
alguns foguetes e um avião. Foguetes que parecem mísseis, e um avião militar de
fabricação nacional, um Xavante da EMBRAER, estacionado fazendo uma escolta,
patrulhando um espaço aéreo representado com artefatos aeroespaciais fincados
ao chão. Paranamirim tem laços com outra cidade aeroespacial: São José dos
Campos/SP, que abriga instalações do INPE (Instituto de Pesquisas Espaciais); e
IAE/CTA (Instituto de Atividades Espaciais do Centro Técnico
Aeroespacial).
Entre Natal/RN e
Parnamirim/RN 26/04/15
Um
conhecimento que circula pelas ruas (15). Entre medos e preconceitos
A globalização não acontece
somente em uma visão macro do mundo, não acontece somente como uma totalidade
do ponto de vista planetário, no globo terrestre. Mas na visão micro da
globalização também. A globalização acontece também, e principalmente em uma
visão micro, a partir da visão global do planeta. O que acontece em uma visão
macro, também acontece ou reflete na visão micro. O mundo é interligado, das
orbitas dos elétrons as orbitas planetárias. A visão cartesiana vem sido
esquecida cada vez mais. A mudança de paradigmas do heurístico para o holístico.
Redes e teias ramificadas interagem em diversos sentidos, fatos e momentos.
Uma globalização acontece nas
ruas de uma cidade perante a necessidade de tipos diversos e diferentes em
ocuparem um mesmo espaço. Pessoas que andam a pé, pessoas motorizadas com
carros e motos, e pessoas com dificuldades ou limitações de deslocamento,
providas de andadores, cadeiras de rodas, bengalas e muletas. E é em uma cidade
que se forma cidadãos para o mundo. A cidade tem uma responsabilidade em formar
seus cidadãos para que possam deslocar-se por outros espaços como cidades,
estados e países. Deslocar-se em seu próprio meio, respeitando dificuldades,
deficiências e diferenças. É nos espaços públicos que uma cidade educa seus
filhos, os munícipes.
A sociedade evolui e os
conceitos mudam. Novos espaços vão sendo demarcados nos espaços urbanos.
Espaços são sinalizados, são marcados e delimitados; espaços para atravessar
ruas e avenidas. Tempos em semáforos para uns e para outros. Faixas de
pedestres são pintadas de acordo com espaçamentos de um passo tamanho padrão.
Os tempos de semáforos são calculados de acordo com o tempo necessário estimado
para atravessar uma rua. Vagas em quantidades percentuais são reservadas a
idosos e portadores de deficiências.
Novas adequações provocam
medos de perder espaços que antes poderiam ser ocupados. Ao longo dos anos
portadores de deficiências foram vítimas de suas diferenças, de sua anatomia e
de sua fisiologia. Idosos e deficientes temporários precisam de mais tempo para
percorrer um espaço. Com estudos, planejamentos e avaliações criou-se a ideia
de um espaço socializado.
Consta no CBT (Código
Brasileiro de Transito): Aumentar a segurança de trânsito; - Promover a
educação para o trânsito; - Garantir a mobilidade e acessibilidade com
segurança e qualidade ambiental a toda a população; - Promover o exercício da
cidadania, a participação e a comunicação com a sociedade, e - Fortalecer o
Sistema Nacional de Trânsito. Regras que todos habilitados devem saber.
O espaço urbano é formado pelo
tracejado dos logradouros públicos, que podem ser utilizados e usufruídos por
toda a população. Espaços e vias reconhecidos pela administração do município,
com planejamento e implantação, limpeza e conservação. Espaços destinados à
circulação de veículos e pedestres, o local onde encontramos as diversas ruas e
avenidas, praças e largos; calçadas e calçadões, parques e jardins. Com espaços
e acessos especiais, para portadores de necessidades especiais: com
deficiências físicas, fisiológicas ou anatômicas, e com mobilidades limitadas
ou reduzidas, permanentes ou temporárias. Espaços imbuídos de uma vivência e
convivência colaborativa. Com práticas, estruturas e comportamentos inclusivos;
adaptados com comunicação suplementar e alternativa. Promovendo condições de
acesso e permanência no espaço. E assim espera-se que devam ser os espaços das
cidades com direitos e respeito a uma diversidade, um espaço plural.
As ruas, são espaços
democráticos onde circulam as pessoas livres. Livres de grilhões e livres de
preconceitos. É no espaço público que seguimentos diversos colocam seus
cartazes, expõem seus direitos e suas manifestações, políticas, partidárias,
ideológicas, institucionais ou culturais. E diante tanta diversidade e
pluralidade, este espaço deve ter regras, as suas convenções, para serem
cumpridas e respeitadas. As marcas e símbolos de acessibilidade estão
espalhados pelas ruas e calçadas da cidade, com uma sinalização vertical e
horizontal. Basta compreende-las e respeita-las.
Natal/RN 03/05/15
Textos
relacionados:
Em 28/02/16
Roberto
Cardoso “Maracajá”
Produtor de conteúdo (Branded Content)
Texto disponível em:
Em 28/02/2016
Entre Natal/RN e
Parnamirim/RN
por
Roberto Cardoso (Maracajá)
Branded Content (produtor de conteúdo)
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Jornalista Científico
FAPERN/UFRN/CNPq
Plataforma Lattes
Produção Cultural
|
|