Construindo
o conhecimento (2)
Alguns professores, mestres
e doutores, em universidades públicas trabalham em regime de DE (a dedicação
exclusiva). As universidades proporcionam estruturas e infraestruturas (nem
sempre satisfatórias), fomentos e investimentos, para pesquisar e produzir
conhecimento. É o governo através de seus servidores investindo e produzindo
conhecimento, uma estratégia da política de defesa nacional. A academia tem
papel importante produzindo conhecimentos, rompendo com os limites da verdade,
levando a criação de grupos de estudos especializados em assuntos de defesa
nacional, como a ABED.
È possível observar
faculdades particulares com professores em regime de DE, sem contanto possuírem
um núcleo de pesquisas, um simples NUPES que produza um conhecimento. Não há
motivação e incentivo para uma produção cientifica, não há uma revista
cientifica como espaço e recurso de divulgação da produção cientifica, não só
do corpo docente, mas também do corpo discente envolvido em pesquisa. Em contra
partida cobram cada vez mais do corpo docente atualização e conhecimento.
Instituições particulares quando
muito criam revistas cientificas que se preocupam em estabelecer critérios de
seleção e exclusão de autores. Criam um grupo de consultores (ad hoc) que se posicionam como
detentores de um conhecimento e poder de apontar quem pode e quem não pode
escrever; quem tem e quem não tem algum saber. Fortalecem as disputas de
títulos e canudos, a luta de todos contra todos, promovendo a arte de esperar
aos que não atingiram os degraus superiores.
Poucos são os professores
que produzem conhecimento. De um grupo de nomes, pesquisados na internet, dentro
de um contexto estabelecido a “Batalha na Avenida Roberto Freire” (Jornal de
Hoje em 30/jul/12), apenas um nome despontou com produção cientifica: Mirna
Santiago (MSG), citada em “Construindo o conhecimento (1)” - Jornal de Hoje em
25/11/13.
As comunicações e as artes
estão em convergência, esclarece Lucia Santaella em seu pocket book: “Porque as
comunicações e as artes estão convergindo?” (Paulus, 2008). E MSG antes de
produzir um trabalho na academia, é uma artista com produção poética. Ainda é
uma cinéfila, com o controle na mão, podendo adiantar ou rever a historia de
acordo com o seu comando. Qualquer pessoa nascida a partir de 1980 está imersa
em um oceano de informações dificultando a separação de comunicação e cultura,
com a produção sendo um trabalho de um conjunto de comunicações e interações,
uma teoria sintetizada do pocket de Martino em “Comunicação: troca cultural?”
(Paulus, 2005).
A nova ordem social é a
popularização da informação, a divulgação do conhecimento, não importando se o
texto é em linguagem formal ou coloquial, em uma escrita poética de versos ou
prosa, literária ou jornalística. E um grupo deve se ocupar desta missão.
Não são mais necessários
textos científicos ou acadêmicos, obedecendo a critérios e formatações
determinados por entidades classificadoras ou normatizadoras. O mais importante
no momento é a disseminação e divulgação do conhecimento, e não importa que
seja publicado na íntegra ou de modo capitular, em doses homeopáticas.
Problematizações,
procedimentos racionais e sistemáticos era a ordem acadêmica com a visão
cientifica. A ordem social agora é outra (FAPERN/CNPq – Curso de capacitação em
jornalismo científico. UFRN, outubro/2012). O cientificismo e o academicismo
vêm perdendo espaço com a velocidade das informações. Não há tempo para cumprir
regras, normativas e conformidades, apenas prazos, para divulgar o conhecimento,
apropriando-se das tecnologias da informação e comunicação - TICs.
O mundo esta olhando para o
Brasil, basta observar o que vem acontecendo: Copa do Mundo no Brasil, a Igreja
Católica representada pelo Papa reuniu-se com os jovens no Rio de Janeiro.
Jogos olímpicos programados para acontecerem no Brasil. Uma novela com o tema
diamantes e salinas, praias e belezas, do RN já rodou e foi exibida no Brasil,
agora esta correndo o mundo. Um boom imobiliário acontece nas cidades, e a
modificação do mobiliário urbano com as obras de mobilidade e acessibilidade. Em
breve deve acontecer um Black Friday das
reservas minerais e energéticas.
As 200 maiores minas produtoras
brasileiras (The 200 Largest Mines in
Brasil) já foram listadas pela revista Minérios & Minerais (out/2013),
fornecendo informações de localização, produção em 2012, investimentos,
produtividade, equipes gerenciais e segurança. Uma relação de minérios um por
um de amianto a zinco, com pedra britada e argila, ouro e diamante. O Brasil
foi ponto estratégico na Segunda Guerra e continua sendo, agora com Barreira do
Inferno (RN) e Base de Alcântara (MA), pontos próximos à linha do Equador que
facilitam o lançamento de foguetes.
Fica claro que é necessário
estar preparado para receber os passageiros estrangeiros que desembarcarão no
novo aeroporto (SGA) trazendo em suas bagagens, seus conhecimentos e suas
ideias, suas propriedades intelectuais originadas em outros ambientes,
principalmente no hemisfério que norteia os conhecimentos. È mais fácil invadir
um país verticalmente do que horizontalmente, e Amarante é a resposta literal.
Já é possível fazer o 1º grau em alguns dias, o 2º grau em alguns
meses e o 3º grau em alguns semestres, com os CSTs, entre quatro e cinco
semestres. A dicotomia acadêmica da crise e da pressa instalada no país. Cursos relâmpagos disparam um flash nos
alunos que terminam o curso sem a certeza de ter um aprendizado, tornam-se
presas fáceis de cursos de pós-graduação que prometem um aprendizado maior, um
aprendizado de conceitos e de valores que deveriam estar na graduação. O poder
vem vendendo cursos superiores à prestação. O que era cursado em quatro ou
cinco anos agora pode ser adquirido em parcelas de CST e especialização.
Uma gama de conhecimento é
deixada de ser ofertada a aqueles que frequentam cursos rápidos, com a
popularização do conhecimento, temas dos cursos superiores devem ser passados
em linguagem aberta dirigida a um publico estereotipado. Novas profissões
deverão surgir a partir da informação e do conhecimento articulado por cada um,
suas ideias e suas emoções. “Crie sua profissão” (Galileu Nº 267, out/2013. Ed.
Globo).
Roberto
Cardoso
(Maracajá)
ESTRATEGISTA
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