quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Diastema poético


Diastema poético
PDF 478

 
 

A casa dos odontologistas, também conhecidos como dentistas, e que um dia foram boticários, abriu espaços entre sorrisos e dentes. Marcou o aniversário do espaço sempre aberto mensalmente. Arcadas superiores e arcadas inferiores estiveram presentes, articuladas na comemoração dos 11 anos do sarau da sociedade dos dentistas escritores, um sarau como terapia. Comissuras labiais foram em direção as orelhas. Da primeira a última dentição muitos estavam presentes, e poucos estiveram ausentes. Aconteceu a oclusão dos presentes.

Sócios, presidentes e antigos presidentes do CRO-RN, estiveram ali no diastema poético para saudar e comemorar, uma terapia em forma de sarau. A estratégia de mostrar os resultados de seus trabalhos, com um sorriso no rosto, mostrando os dentes. A relação da profilaxia com atenção profissional, com o emocional individual.

Grilos poetas e grilos falantes estiveram presentes, teve cri cri no CRO, que agora tem uma responsabilidade além da manutenção, da conservação e do controle dos dentes. Tem o rosto e a face para estudar e preservar. Esternocleidomastóideo e outros músculos voluntários também estiveram presentes. O músculo risório não parou de se movimentar. O peitoral maior estava ali para abraçar e cumprimentar o obturador e mantenedor do evento, Rubens Barros, quem faz o canal, e que em breve, não agora, chegará a octogenário. Um jovem perante uma visita inesperada, uma declamadora centenária, com lembranças de cantigas contadas e cantadas pela tia avó.

Foram declamados prosas e versos aos palatos, com vibrações da úvula. Enquanto Tião com cadeira cativa junto a mesa no Sarauterapia, visitava outros rios, de outros meses, a posição de chairman coube a Emmanoel, um tripulante da Tríade, a caminho do Seridó. Uma dupla de irmãs quase gêmeas, professoras jardinenses, também esteve presente, com um desfile de Jotas em jardins de jerimuns seridoenses. Articulações dos sujeitos, dos objetos e dos verbos, articulações dos versos e das prosas, junto com as articulações dos ombros articularam com a SPVA: as falas, os cumprimentos e os abraços. O fado com a primeira dama também esteve presente.

Por fim, para terminar de comemorar, a bebemoração com comemoração: a gustação e a olfação iriam funcionar, uma articulação fisiológica da língua e do nariz. O momento de fazer funcionar as dorsais papilas linguares, e seus receptores gustatórios identificando os sabores, uma apreciação antes de deglutir. Acepipes líquidos e sólidos, doces e salgados estavam no hall a esperar. O grupo atendido no auditório, e não no consultório, fez o sentido inverso na sala de espera.

 
Entre Natal/RN e Parnamirim/RN, 17/09/15
 
 

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domingo, 13 de setembro de 2015

GOOD Zilas



GOOD Zilas

 PDF 474



O Japão está localizado em uma região sujeita a maremotos e terremotos. E assim acontece em grande parte do território asiático. Estudos geológicos da crosta terrestre, conseguiram uma resposta científica para as instabilidades da crosta, que provocam movimentos dos solos, no continente, ou no fundo do mar. E as questões geológicas foram sementes paras as mentes buscarem outras respostas. E desta condição, monstros marinhos que causam abalos sísmicos estão na presença constante para enredos de filmes criados, filmados e realizados no Japão. National Kid foi um super-herói destemido e corajoso criado para combater monstros e invasores extraterrestres, ameaças ao território do Japão. Lutou contra seres invasores e ameaçadores. E ao mesmo tempo que servia como mídia para produtos de marca nipônica participarem no mercado ocidental.

 

Goodzila, um outro personagem que coloca populações em risco. Um grande monstro que surge das profundezas oceânicas, provocando catástrofes e inundações. E outros monstros estão associados nos desenhos animados de orientais com olhos bem abertos, para uma ocidentalização. Monstros enormes e físicos, mas também existem os monstros sociais.

 

E no Rio Grande do Norte, vez por outras surgem monstros criados e renascidos, das aguas do Potengi, ou do mar aberto à frente da cidade de Natal. Newton Navarro foi perpetuado por uma ponte sobre o rio. Cascudo circulou em cédulas por todo território nacional. Newton Navarro e Câmara Cascudo, os monstros criados na cultura e literatura, e vez por outra surgem em novas edições literárias e novas releituras, ameaçando o mercado de novos escritores; de novos pesquisadores. Do lado feminino ressurgem das profundezas, dos mares ou das tumbas, Zila Mamede e Auta de Souza. Zila está perpetuada em uma biblioteca central da universidade federal. Auta tem seu nome em ruas. E o prefeito de Natal tenta ressuscitar Nísia Floresta sem realizar um plebiscito. Pretende trocar o nome da principal avenida com nome masculino, por um nome feminino, sem resolver problemas localizados no solo, provocando crateras e inundações na crosta de asfalto.

 

Escritores e produtores de conhecimento surgiram novamente em Quintas Literárias, a conexão da quinta dimensão, entre o passado e o presente, perpetuando nomes e ideias para o futuro. Uma dupla feminina veio a bailar, com recortes históricos e temporais. A ressuscitação de ícones do passado tornando atual as suas bibliografias. Damas trajando preto apresentaram-se como viúvas de um conhecimento criado e produzido, nascido e crescido em Natal.

 

E como dizia Câmara Cascudo: Eu não escrevo livros baseado em livros. Escritores ressuscitam monstros sem se dar conta que também podem ser monstros que um dia a sociedade vai eleger e classificar. Mulheres que podem ser as novas Autas e novas Zilas, a novas palmeiras que vieram da Paraíba, podem ser boas Zilas, as good zilas.

 

E para discordar de Cascudo, quando dizia não escrever livros baseados em livros; uma tese difícil de ser defendida, pois não podemos avaliar o quanto um texto, um filme, ou um livro pode mudar ideias e pensamentos. Ainda que não mude totalmente, cria novos ângulos para novas interpretações, e sem perceber o leitor, ou o espectador, adquire novos conhecimentos, incorpora em sua mente, seu HD biológico.

 

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Entre Natal/RN e Parnamirim/RN, 13/09/15