GOOD Zilas
O Japão está localizado em uma região sujeita a
maremotos e terremotos. E assim acontece em grande parte do território asiático.
Estudos geológicos da crosta terrestre, conseguiram uma resposta científica para
as instabilidades da crosta, que provocam movimentos dos solos, no continente,
ou no fundo do mar. E as questões geológicas foram sementes paras as mentes
buscarem outras respostas. E desta condição, monstros marinhos que causam
abalos sísmicos estão na presença constante para enredos de filmes criados,
filmados e realizados no Japão. National Kid foi um super-herói destemido e
corajoso criado para combater monstros e invasores extraterrestres, ameaças ao
território do Japão. Lutou contra seres invasores e ameaçadores. E ao mesmo
tempo que servia como mídia para produtos de marca nipônica participarem no
mercado ocidental.
Goodzila, um outro personagem que coloca populações
em risco. Um grande monstro que surge das profundezas oceânicas, provocando catástrofes
e inundações. E outros monstros estão associados nos desenhos animados de orientais
com olhos bem abertos, para uma ocidentalização. Monstros enormes e físicos,
mas também existem os monstros sociais.
E no Rio Grande do Norte, vez por outras surgem
monstros criados e renascidos, das aguas do Potengi, ou do mar aberto à frente
da cidade de Natal. Newton Navarro foi perpetuado por uma ponte sobre o rio.
Cascudo circulou em cédulas por todo território nacional. Newton Navarro e
Câmara Cascudo, os monstros criados na cultura e literatura, e vez por outra
surgem em novas edições literárias e novas releituras, ameaçando o mercado de
novos escritores; de novos pesquisadores. Do lado feminino ressurgem das
profundezas, dos mares ou das tumbas, Zila Mamede e Auta de Souza. Zila está
perpetuada em uma biblioteca central da universidade federal. Auta tem seu nome
em ruas. E o prefeito de Natal tenta ressuscitar Nísia Floresta sem realizar um
plebiscito. Pretende trocar o nome da principal avenida com nome masculino, por
um nome feminino, sem resolver problemas localizados no solo, provocando
crateras e inundações na crosta de asfalto.
Escritores e produtores de conhecimento
surgiram novamente em Quintas Literárias, a conexão da quinta dimensão, entre o
passado e o presente, perpetuando nomes e ideias para o futuro. Uma dupla
feminina veio a bailar, com recortes históricos e temporais. A ressuscitação de
ícones do passado tornando atual as suas bibliografias. Damas trajando preto
apresentaram-se como viúvas de um conhecimento criado e produzido, nascido e
crescido em Natal.
E como dizia Câmara Cascudo: Eu não escrevo
livros baseado em livros. Escritores ressuscitam monstros sem se dar conta que
também podem ser monstros que um dia a sociedade vai eleger e classificar.
Mulheres que podem ser as novas Autas e novas Zilas, a novas palmeiras que vieram
da Paraíba, podem ser boas Zilas, as good zilas.
E para discordar de Cascudo, quando dizia não
escrever livros baseados em livros; uma tese difícil de ser defendida, pois não
podemos avaliar o quanto um texto, um filme, ou um livro pode mudar ideias e
pensamentos. Ainda que não mude totalmente, cria novos ângulos para novas
interpretações, e sem perceber o leitor, ou o espectador, adquire novos
conhecimentos, incorpora em sua mente, seu HD biológico.
Outros textos:
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Entre Natal/RN e
Parnamirim/RN, 13/09/15
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