quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O Homem pelo olhar da ciência


O Homem pelo olhar da ciência
  
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Dizem que o homem nasce e cresce; vive, reproduz e morre, ou seja, ele participa de um nascimento e uma evolução até chegar a uma finalização. E para compreender uma história, a própria história, é preciso ter uma sequência. O homem se fez, e se construiu ao longo da própria história, a sua própria imagem e semelhança.

Primeiro o homem foi um ser místico com crenças e medos do que não via, mas ouvia e sentia; um olhar primitivo. Criou e juntou seus medos e mitos, e criou uma mitologia. Criou crenças misturando homens, lugares, animais e deuses. Juntou o visível, o invisível e o imaginário. Até um dia que os deuses apareceram. E o homem os colocou em suas moradas. Pois se o homem não era capaz de assumir na Terra os feitos classificados de aparições e milagres, atribuiu os feitos e acontecimentos a santos, a deuses e imagens que povoam os céus, no espaço infinito e invisível. E veio a religião afastando os deuses, da terra, com moradas no céu, um lugar inatingível, imaginável e desejável. Lugares simbólicos.

Em seguida chegou a ciência excluindo o empírico, os mitos e os deuses, acreditando agora em ordenadas e abcissas; projeções e desvios padrões. E outras virações, girações, e operações diversas. O homem estabeleceu padrões e parâmetros a partir de instrumentos que mediam o tempo e o espaço. Com metros e horas, centímetros e minutos estabeleceu milímetros e segundos. Criou sistemas CGS, MKS... de acordo com suas necessidades de medição e pesquisa. Esqueceu-se das mãos e pés, que com passos e passadas, braçadas e braças; pés e braços, que por tanto tempo mediram os espaços. Com os dias e noites repetitivos seguidamente a cada 24h; e estações climáticas repetidas a cada ano. Criou uma ciência e um comportamento repetitivo, repetindo fatos e atos históricos.

Chegou a grandes distancias, medidas em milhas e quilômetros. Olhou para o espaço e estabeleceu medidas astronômicas, para as novas grandes distancias. Planejou, construiu e viajou em direção a morada de deuses. Primeiro investigou a atmosfera, e lançou naves e sondas em direção ao espaço infinito. Alcançou e ultrapassou a velocidade do som, na atmosfera, mas ainda não conseguiu atingir a velocidade da luz. A velocidade dos deuses.

Reduziu e ampliou tudo ao infinito, sobre uma reta dividida entre o lado mais, e o lado menos; o positivo e o negativo, do zero ao infinito. Julgou-se o deus que domina a ciência, entre os números conhecidos e imaginados, números estabelecidos. Estabeleceu o seu reinado sobre uma reta, entre os números positivos e negativos, de Norte para o Sul e de Leste para o Oeste, ocupou um espaço bidimensional. Com outras retas imaginárias dominou o espaço tridimensional.

E o conhecimento de hoje está arquivado em nuvens, lá no alto invisível e imaginável, um lugar desconhecido. As velhas moradas de anjos, santos e deuses. Os deuses da terra armazenam seus conhecimentos em nuvens, para que seus seguidores olhem para o céu, tal como olhavam os antigos homens para os antigos deuses. Com nomes, senhas e rezas digitadas podem obter o conhecimento arquivado.  Nuvens imaginarias e flutuantes com arquivos virtuais. Os planos que eram divinos, passaram a ser formados por retas paralelas e perpendiculares, construindo novos planos tridimensionais. Com a cruz da crucificação de Cristo e a cruz de Descartes. Fez casas e postes; equipamentos e ferramentas diversas, em forma de cruz. Construiu uma tesoura e um avião, para encurtar fios, folhas, tecidos, papeis e distâncias.

E a eterna busca da maçã e do conhecimento, continua e se repete: Adão e Eva; Isaac Newton e Steve Jobs, com uma breve passagem dos Beatles. As maçãs que mudaram o ritmo e o rumo da sociedade, da ciência e do mundo. A maçã da Bela Adormecida, também mudou destinos.

Tal como os deuses antigos, os atuais deuses criaram genealogias. Criaram linhas de pensamentos e linhas de pesquisas. Com um grande deus no topo do conhecimento. O deus Lattes nos reinos do CNPq e outras fontes de fomento, o lugar inatingível para a maioria. Muitos dos deuses de hoje são filhos de Lattes, formados e criados nas atuais academias, com critérios rigorosos de formação, seleção e reconhecimento; imagens e semelhanças. A escalada dos pós-graduados, como seres divinos e diferenciados. Usurparam os rituais da religião, para fazer seus atos e rituais de diplomação e certificação, com becas e capelos, parecem santos, magos e padres. Disputam guerras entre si, as guerras dos deuses, empunhando seus canudos, de certificados e diplomas enrolados. Entre os que estão no topo da pirâmide, com conhecimentos, poderes ou argumentos, trocam entre si: títulos, diplomas e canudos.

Enquanto a ciência do homem era a religião, ela pregava que o homem, deveria crescer e multiplicar. Uma visão da noção religiosa de seguir os mandamentos de Deus, e traçar seus desígnios e seus objetivos. Depois a pregação foi compreendida como uma atitude de preservação da espécie, sob o olhar de Darwin. Tal como fazem os animais, a visão do homem como um ser irracional, que deveria ter como instinto animal a preservação da própria espécie. Visões entrelaçadas ente a vida e a religião; entre as vivencias e as ciências. Darwin estabeleceu a origem das espécies e um plano de evolução, endeusando a ciência pela biologia, pesquisada em várias geografias.

Dentro de mosteiros os monges começaram a pesquisar as plantas e suas sementes, surgiu a biologia afirmado que o homem nasce, cresce e morre, tal como eram observadas as plantas pesquisadas. As descobertas de novas sementes com genes dominantes e predominantes, foi justificada por uma mestiçagem entre as raças, e as espécies de ervilhas. E os conhecimentos sobre as misturas de sementes estavam enclausurados nos conventos, o local da produção do conhecimento. As pesquisas realizadas nos conventos eram um modo de entender o que acontecia do lado de fora. O mundo e o homem sob os pontos de vista das descobertas de Mendel e Hooke. Da mistura genética do vegetal, o conhecimento de miscigenação de raças.

Os mosteiros abriram as suas portas para o conhecimento, dando oportunidade para a criação de escolas e academias, que tinham como objetivo e missão produzir um conhecimento. E aquele homem definido com o ciclo do nascer, viver e morrer, assumiu a tarefa de reproduzir. Produziu e reproduziu uma prole e um conhecimento. Até que chegou uma nova definição de homem como um ser que pensa e existe, sob o ponto de vista da ciência com a visão cartesiana. E o homem dividiu tudo, e dividiu-se em partes.

Muitas ciências foram criadas a partir das artes, o momento da criação, tendências e individualidades. Da criatividade nas artes criou-se as ciências. E com novas ciências foi construindo-se um novo homem incorporado de conhecimentos. Freud se recolheu durantes dias nublados, e afirmou que os sonhos não eram coloridos. Criou um homem sob o ponto de vista da psicologia, o lado oculto da ciência. Surgiu então algo além da psicologia a denominada parapsicologia, um muro divisório da ciência com o desconhecido. E um novo homem foi criado, um novo homem foi enxergado. Cada um com a sua essência.

A virada do século 20 para o século 21, vem apresentando um novo homem. O homem tecnológico estudado pela biomedicina, biotecnologia e as neurociências, em paralelo segue outras engenharias e nanotecnologia, dando oportunidade de olhar o homem na sua evolução e no seu conhecimento. Em algum momento chegará o homem biônico, com o avanço da medicina, indústria e tecnologia.

A cada geração um novo homem é criado, para acompanhar a sociedade. Um ser dotado de membros para locomoção e manipulação de artes e objetos, através dos seus membros superiores e inferiores. Membros controlados por um central de computação e processamento, localizada em seu cérebro, com HD e processador biológico, repleto de eletricidade e minerais. Um conhecimento em mente, o conhecimento intelectual, não visível, mas percebível.

O estudo do direito também buscou um lugar ao Sol, tentando ser visto como uma ciência. Uma ciência com leis formadas pelos homens, tendo como ponto de partida escritos filosóficos e religiosos antigos. E sob o ponto de vista do direito previdenciário; os homens nascem, crescem, entram no mercado de trabalho e fazem recolhimentos previdenciários com olhares atuais na prevenção e manutenção da medicina; e olhares futuros na previdência social e na aposentadoria. Recolhem taxas e emolumentos com direito ao que chamam sistema de saúde, justificando recolhimentos atuais.

Aposentam-se e aguardam a morte, muitos tornam-se pedras nos caminhos, as famosas pedras de um poeta. Desejam sempre exercer as atividades que ainda são capazes de exercer em caminhos e corredores, onde outros precisam atravessar estes caminhos. Surgem do nada e plantam-se nos caminhos. Encontram-se em senhas e filas. Estabelecem suas ações e comportamentos como regra a idade da pedra. Exercem suas tarefas por tortuosos caminhos. Adquirem falhas em seus processamentos.

Gerações e gerações onde os pais são superados pelos filhos. Filhos são lançados com novos processadores, maiores capacidades de armazenamento, novos programas, novos aplicativos, e novos conhecimentos. Cabendo unicamente aos pais o que foi pregado por séculos e séculos: o respeito. Pais e avós que continuam em suas antigas gerações 386, 486 e 586 com suas impressoras matriciais.

Os pais atuais em suas gerações de Pentium, um dia poderão ser substituídos pelas gerações de filhos que criaram. Seus filhos já foram criados com periféricos localizados na palma da própria mão. Já nasceram conectados e atualizados.

O tão falado universo paralelo, cria sociedades paralelas. Sem uma possibilidade da afirmação de um todo, de um conjunto homogêneo. Grupos sociais e individuais vivem em um mundo paralelo, participando de uma mesma sociedade com uma mesma tecnologia.

 
Em 25/11/15

Entre Natal/RN e Parnamirim/RN

 

por
Roberto Cardoso (Maracajá)
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Jornalista Científico
FAPERN/UFRN/CNPq
 
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Maracajá
 
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