Diagnósticos e prognósticos de FLP
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O homem percebeu a presença de sementes nas frutas, e foi observando as alterações das sementes pelos caminhos. que passava. Sementes que rompiam sua casca, sementes que germinavam, criavam um caule e uma raiz, ainda que em tamanhos diminutos. Cresciam e se transformavam em arvores e arbustos, oferecendo novos frutos, tais como aqueles que continham as tais sementes. Um dia o homem viu sua imagem refletida na água, e começou estabelecendo comparações com seus semelhantes.
O conhecimento começa por uma observação, ainda que possa ser chamada de empírica. O conhecimento começa pelos caminhos por onde se passa. Um conhecimento que pode ser registrados em livros e revistas, com ensaios e artigos, para estar presente em bancas e livrarias, hemerotecas e bibliotecas. As escolas e universidades podem trilhar um caminho, com informações e conhecimentos escolhidos, com uma estratégia chamada currículo. Mas seus professores podem ser acometidos com vaidades, por deterem um conhecimento.
Com microscópios o homem investigou mais a fundo as sementes. Formou enxertos e mudas. Pode manipular adubos e sementes, alterou e equilibrou solos, para conseguir melhores resultados. Resultados que poderiam dar maiores lucros, e conseguir novos adeptos ou novos consumidores, com aspectos e sabores de novos vegetais produzidos. Com características diferenciadas, criou novos produtos hortifrutigranjeiros. Com as pesquisas em vegetais, passou a pesquisar os animais, manipulando seus cruzamentos e seus DNAs. Buscou resultados para interesses comerciais, animais de uso como alimento, comestíveis a partir da ideia que animais se alimentam de vegetais. Alimentando-se de um animal estariam ingerindo vegetais escolhidos. O animal como armazenador de energia. Buscou animais que oferecessem mais rendimento de peso, em um menor tempo de criação, reduzindo custos de alimentação, e lhe proporcionando maiores valores para a comercialização. A relação entre capital e lucro.
Mas com o próprio homem, o caminho foi diferente. Com as pesquisas conquistadas e resultados obtidos com vegetais e animais, não foi permitido criar novas mulheres e novos homens, sem o consentimento do dono do corpo. Estabeleceu-se uma bioética, com respeito ao sociológico, ao psicológico daquele que domina e controla um corpo. E foi necessário criar um padrão de saúde, bem como um padrão de beleza e anatomia, para o conhecimento cientifico vender seus produtos e serviços. O homem não pode criar novos seres, e precisa aguardar os resultados da natureza, para buscar fazer correções, naquilo que entende como falho, ou uma reclamação do paciente, o dono do corpo, que permite uma medicação ou até uma intervenção por um ato cirúrgico. Atribuiu um valor ao seu conhecimento, cobrando uma consulta, uma assessoria sobre os usos e abusos do corpo. Das propriedades agrícolas, criou as propriedades comerciais, dando impulso as propriedades industriais, agora tem a propriedade intelectual. Seu conhecimento como mercadoria.
Com a FLP, fissura lábio palatina, a pesquisa não foi diferente, foi necessário pesquisar razões e causas, saiu em busca de sementes de informações e conhecimentos, para propor um tratamento estético e funcional, sob o ponto de vista da anatomia e da fisiologia. Mas diante um percentual reduzido e identificável, entre os denominados normais, ainda pode estar muito longe de um conhecimento sobre o fato denominado como fenda ou fissura, atingindo os lábios e o palato. Precisou de diversos conhecimentos, dentre as especialidades e as espacialidades da medicina. A partir dos estudos da embriologia já pode definir um momento gestacional, quando acontece a anomalia. Algumas bibliografias citam como na sexta semana de gravidez, outras já citam a oitava semana. Nenhum ser é exatamente tal com o outro. A medicina pode estabelecer o numero de semanas para uma gravidez, mas ela mesma se prontifica a fazer uma cesariana, quando julga estar o feto formado. Quando o medico tem um espaço na agenda, e um espaço cirúrgico disponível, afirmando que seus conhecimentos são suficientes e capazes.
O conhecimento popular relaciona a gestação e o nascimento com as fases da Lua. E se a ciência admite que a Lua influencia as marés, fica fácil entender que ela influencia nos líquidos. O bebe esta envolto em um liquido amniótico. E o ser humano é composto por mais de ⅔ de líquidos. Cálculos feitos pelas ciências, com o denominado conhecimento cientifico, baseado em cálculos e tabelas.
A fissura lábio palatina já foi atribuída a castigos e bruxarias, mais outras apologias diversas, denominadas como crendices. Médicos também já culparam, e ainda culpam, as mães por portarem patologias diversas, como diabetes e hipertensão. Colocando uma culpa na mãe que não procurou atendimento, e acompanhamento para uma gestação, como uma gestante culpada por ser portadora de patologias diversas. Culpada pelas anomalias refletidas em seu filho.
Mas as causas da FLP são indecifráveis, e quando se chegam a conclusões, surgem novas duvidas, necessitando de novas respostas. Uma duvida que permanece constante são os locais geográficos de maior incidência, dai tenta-se descobrir uma razão. E antes de buscar respostas já surgem varias perguntas.
Mundialmente o Brasil pode ter uma maior incidência a nível dos percentuais médios mundiais. Nas estatísticas brasileiras, consta o Rio Grande do Norte (RN), com maior incidência. E no RN, é entendido como no Seridó a região de maior incidência. Outros apontam as cidades de Serra do Mel/RN e Barra de Maxaranguape/RN, totalmente distintas e distantes, localizadas em regiões diferentes. E não tendo acesso aos dados coletados e analisados restam duas opções, acreditar no que foi dito, ou entender como uma estratégia, de biopolitica, acusando um pais, uma região ou uma cidade, como local de maior incidência, dando espaço pra intervenções internacionais, e OGNs urbanas, oferecendo ajuda e informação. Lembramos aqui a presença do navio Hope, que ofereceu atendimento e ensino por onde passava. O navio coletou informações em seus caminho, em troca de ajuda humanitária. A mesma história dos caminhos no inicio do texto. Tal como as viagens dos descobrimentos, e as viagens espaciais. Quem percorre um espaço marítimo ou terrestre adquire um conhecimento, com coleta de dados e informações dispersadas pelos caminhos. Conhecimentos que já levaram o homem ao espaço.
Uma informação genérica diz que a cada 600 nascimentos um é acometido de FLP. Mas dados estatísticos são muito relativos, assim como toda pesquisa tem um objetivo. Não é possível afirmar que em seis mil nascimentos de uma região, teremos dez casos de FLP. Torna-se então um numero para estimativas de cálculos, de custos e valores a serem adquiridos, solicitados e/ou disponibilizados. E o ofertante, quem disponibiliza os valores vai pedir uma prova e uma contra prova, para justificar um investimento. Também vai querer uma contrapartida, redução de despesas, informação e conhecimento; talvez destaque cientifico e/ou social.
E os questionamentos continuam, para um obter perfil climático ou geográfico. São necessárias as perguntas e as respostas. As pessoas identificadas como portadoras de FLP em determinada cidade, identificam-se pelo nascimento na tal cidade, ou por estar registrada no cartório da tal cidade? São identificadas por serem moradoras naquela cidade e estarem com prontuário de um posto de saúde administrado por aquela prefeitura? Seriam as perguntas básicas de um nascimento com FLP, tentando descobrir razões geográficas. Mas ainda existem outras perguntas como: O período gestacional foi na referida cidade, expondo a gestante a fatores externos como clima, uso de água, e respiração do ar local, com possibilidades de inalação de partículas oriundas de indústria, exploração/extração de minérios, e produtos usados na agricultura? Poderia haver radiações e irradiações de substancias ativas ou radioativas, ainda não descobertas ou não pesquisadas?
E novas perguntas vão surgindo, transformando uma pesquisa que seria quantitativa, criando a necessidades de uma pesquisa qualitativa. Qual a carga genética dos pais da criança? Há casos anteriores na família? Quais as regiões onde habitavam os pais e os avós da citada criança? Qual a incidência de FLP nos locais onde moraram os ascendentes da criança. Com a presença de FLP nos ascendentes distantes, e ainda é possível apontar uma carga genética?
Qual a dieta alimentar dos genitores e progenitores? De onde provem os produtos agrícolas? Que tipos de medicação usaram ao longo da vida? Hoje já não existem cidades e povoados isolados, que se possa atribuir um perfil de comportamento, um perfil psicossocial. Um perfil de alimentação exclusiva. Não há fronteiras geográficas dentro de um estado ou pais. A migrações e imigrações são livres, para mudança de moradias, turismo ou negócios.
A informação tão quanto as pessoas, circulam por vários meios, varias regiões geográficas utilizando de varias mídias de transmissão: seja radio ou automóveis. jornais ou ônibus. a pé ou a cavalo, em bicicleta ou em burro. O ser humano é uma mídia, que leva informação para todos os lados, e ainda possui uma linguagem no corpo, identificando até alguns conhecimentos e comportamentos. identificando uma origem. O homem e a informação se confundem. A dicotomia se o homem modifica o meio ou é modificado pelo meio. E até as duas hipóteses com equilíbrios variáveis, de acordo com o ambiente e de acordo com a pessoa, que não vive sozinha e é influenciado por outras.
O fato principal é que FLP existe, e é possível um tratamento, independente da região de origem, se há ou não há identificação de classificações epidêmicas. E o maior problema é o econômico, junto com a informação. Seja do paciente, dos seus parentes ou seus acompanhantes, e até mesmo de que presta um serviço. Principalmente no serviço publico, e com vestígios nos particulares.
A informação ainda é muito superficial, e faltam conhecimentos mais profundos. Informações médicas, sociais e econômicas.
No período de 29 a 31 de maio de 2016, aconteceu em Natal/RN a Primeira Semana de Educação, Orientação, Conscientização e Educação sobre Fissura Labiopalatina, organizada pela APAFIS/RN (Associação de Pais e Amigos de Fissurados do RN), baseada na Lei Estadual Nº. 9.101 de 2008.
RN, 02/06/2016
Textos publicado:
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